Categorias

Diretor de Arquitetura de Soluções da Red Hat fala sobre Open Source

Fale na Red Hat para qualquer pessoal da área de TI e pergunte qual é a primeira palavra que vem em sua mente? Não temos dúvidas de que a maioria das respostas será “Open Source”. E não é a toa! A Red Hat se tornou uma líder em fornecimento de tecnologias Open Source para TI corporativa.

No dia 19, aconteceu em São Paulo o Red Hat Fórum 2017, e estamos aqui com Boris Kuszka, Diretor de Arquitetura de Soluções da Red Hat Brasil, que vai nos contar um pouquinho sobre esse evento da RedHat e também sobre o mercado Open Source no Brasil.

Boris Kuszka, diretor de Arquitetura de Soluções da Red Hat
Boris Kuszka, diretor de Arquitetura de Soluções da Red Hat

Uma das ideias do evento é apresentar o “poder do indivíduo”, o que isso representa para a plataforma Open Source?

É fundamental para a plataforma. Essa contribuição que cada indivíduo dá é o que faz o Open Souce ser o que é.
Cada vez mais o desenvolvimento colaborativo está transpondo para dentro das empresas, que passaram a adotar equipes multidisciplinares para o desenvolvimento. Fazendo assim com que o indivíduo faça parte de uma equipe. Hoje é cada vez mais comum encontrar indivíduos que trabalham em empresas e as representam dentro da comunidade Open Souce, onde todos estão trabalhando para criar e melhorar o código, e mais do que isso, criar um código aberto, onde ninguém fica preso a um padrão.

A evolução do Open Source já ultrapassou as tecnologias proprietárias, hoje o mercado não fica mais na mão de uma equipe de marketing que pensa “qual recurso iremos adotar para vender mais nosso software?”, no Open Source isso acontece de forma contrária, o mercado e a comunidade geram a direção que vamos adotar.

Esse tipo de filosofia é o que faz a Red Hat estar tão em evidência agora. A filosofia do código aberto. Como está o mercado da Red Hat, hoje, no Brasil?

Está em franca expansão, tanto no mundo, quando no Brasil, onde chegamos a crescer mais que a média dos outros países. Estamos muito felizes com essa expansão.

Esse significativo crescimento ano a ano está relacionado com o que já foi abordado na questão anterior, o mercado está querendo uma alternativa para uma evolução mais rápida e o Open Source é a forma para essa implementação.

A Red Hat sendo a maior fabricante Open Source do mercado, acaba tendo propriedade para conseguir entrar em clientes muito conservadores. Por exemplo, em nosso evento alguns dos painéis foram apresentados com Itaú, SulAmérica e Claro. Mas também estamos em empresas como a Stone Pagamentos, uma empresas que começou a apenas 5 anos e que já tem um pensamentos mais moderno. No entanto todas elas estão abraçando a tecnologia Open Source e conseguindo evoluir mais rápido.

Há muito anos existia o mito de que o Open Source não era seguro, hoje isso já não ocorre mais. Você acredita que essa é uma das razões para o crescimento tão significativo nos últimos anos?

A própria evolução do Open Source contribuiu para isso, efetivamente o Open Source atual é melhor do que o de 10, 15 anos atrás, até pelo fato de terem mais empresas de grande porte contribuindo para isso, a própria Red Hat, e o caso extremo que vimos, onde a Microsoft, abriu links Open Source dentro dela, o que era inimaginável, tudo isso contribuiu para a evolução do Open Source.

Existe algum receio ao ver “a” gigante do software proprietário entrar no mercado Open Source?

Não, ao contrário. Fico feliz com a entrada na Microsoft no mercado, isso só tem a agregar com toda essa comunidade de desenvolvedores e com a evolução do software propriamente dito.

Quais as principais inovações que a Red Hat está apresentando e discutindo com os participantes do Fórum em 2017?

A transformação digital é uma das principais, colocar uma ideia no ar o mais rápido possível, time-to-market, seja através de um aplicativo ou através de um novo canal de comunicação. Vimos que para isso acontecer era necessário ter mais que uma estrutura de serviços, era necessária uma plataforma. A Red Hat oferece a OpenShift, que é uma plataforma de aplicativos em containers, Container Plataform, que é mais do que um ambiente de rápido desenvolvimento, ele possibilita controle de provisionamento padrão, para todas as etapas e estágios de um software, mas que somente se você colocar um container plataform em produção, você terá o que chamamos de auto-scale, e aí você estará usando uma abordagem moderna, de desenvolvimento ágil, baseado em containers e em nossa solução OpenShift.

No evento também foram feitas demonstrações técnica, com equipes abrindo a ferramenta e codificando. Desenvolvendo na frente do público e colocando tudo no ar.

Outro item muito abordado foi integração, onde mesmo falando de tecnologias mais novas de desenvolvimento ágil, não é possível esquecer tudo o seu legado, suas aplicações, o que a empresa já tem em seu data center. Por isso a integração do legado com o momento novo, a integração entre containers, integração do APIs externas e integração de dados é fundamental para essa nova abordagem de desenvolvimento ágil.

Você participou, junto com outros representantes de grandes empresas, do painel sobre como as empresas estão se preparando para a transformação digital. O que mais lhe chamou a atenção nessa discussão?

A adequação da cultura das empresas é o que chama a atenção, é fundamenta. Não basta apenas ter uma ferramenta de desenvolvimento ágil, é preciso modificar os processos: refazê-los, simplifica-los, eliminar burocracias, e em paralelo trazer essa cultura de inovação para o pessoal que não está acostumado a esse tipo de abordagem.

Nós costumamos brincar que existem dois tipos de sistemas: o sistema de registros, que guarda suas vendas, suas transações, por exemplo; e agora nós temos o sistema do engajamento, onde o principal intuito é acessar o cliente, ter novas formas de fazer o cliente interagir com a empresa, trazer o cliente mais próximo, seja através de um app, vendas mobile, ou de um portal com muito conteúdo onde que o cliente encontre suas respostas. Mas esses dois mundos têm que interagir, mesmo com filosofias bem distintas, onde um pensa só em ambiente estável e outro em inovação. E fazer com que esses dois mundos convivam juntos é onde encontramos a dificuldade das empresas.

O que a RedHat espera para o futuro do Open Source no Brasil?

A adoção está cada vez maior, o espaço que estamos ocupando dentro das TIs tradicionais, e obviamente das empresas mais modernas, com abordagem mais novas, está crescendo muito. Citando o Itaú, como exemplo, uma empresa de grande porte, tradicional, que chegou a participar de um de nossos Painéis no evento, mostrando como ele está usando a nossa tecnologia.

Obviamente, fabricantes proprietários continuaram existindo. Existe um legado que não será eliminado, mas cada vez mais, principalmente em ambientes de desenvolvimento ágil o OpenSource estará encabeçando projetos. Estamos vendo que a transformação digital impulsiona e necessita de ambientes ágeis, e isso, o OpenSouce disponibiliza. Não somente, nós da Red Hat, mais também outras empresas que surgem e dividem o mercado conosco.

Enfim, a ideia é que veremos a presença do OpenSource cada vez mais forte mundialmente e principalmente aqui no Brasil.