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Como habilitar o multiprocesso no Firefox 54?

O Firefox 54 introduziu um novo sistema multiprocesso para o navegador que divide o seu funcionamento em até quatro processos diferentes e promete um ganho de performance, sem sobrecarregar o consumo de memória.

Mas é possível que você não tenha notado nada disso desde a atualização e existe um bom motivo: o multiprocesso pode sequer ter sido habilitado para você.

O sistema, batizado de Electrolysis (E10S), estava em testes desde o Firefox 48 e, conforme a Mozilla já havia revelado, ele esbarra em um pequeno problema: nem todas as extensões podem ser compatíveis com multiprocessamento.

Com a mudança, a interface do usuário do navegador passa a rodar em um processo diferente do conteúdo dentro da aba. Com essa medida, há melhorias significativas na performance (ao quadruplicar o uso do processamento) e na segurança (ao isolar o que é trazido da web pelo navegador em um processo independente do programa em si). No modelo de desenvolvimento atual, muitas extensões pressupõem que a UI e o conteúdo web estão utilizando o mesmo espaço de memória e isso agora muda.

A Mozilla trabalhou junto com os criadores das extensões mais populares do Firefox para assegurar a compatibilidade, mas isso não é válido para o amplo ecossistema de extensões disponível na plataforma, muitas delas desatualizadas ou mesmo abandonadas por seus criadores há anos, embora mantenham a utilidade. Entre implementar o E10S obrigatoriamente e desativar as extensões incompatíveis à revelia do usuário ou desabilitar o multiprocessamento por padrão onde houvesse extensões que poderiam quebrar, a Mozilla escolheu a segunda opção.

Não há um caminho fácil oficial para se descobrir quais extensões podem estar impedindo a ativação do recurso no seu Firefox 54, mas o problema causado pelas extensões pode ser perfeitamente solucionado com outra extensão: Add-on Compatibility Reporter é capaz de analisar todas suas extensões instaladas e exibir seu status de suporte ao recurso.

A extensão é capaz de exibir diretamente na tela de extensões do Firefox (about:addons ou Ctrl+Shift+A) se o recurso de multiprocessamento está habilitado ou não e quais extensões oferecem suporte à funcionalidade.

A partir daí, fica ao critério do usuário: remover aquela extensão de grande utilidade e obter o recurso que oferece mais performance ao navegador ou manter a extensão e sacrificar o eventual ganho de performance? Uma terceira alternativa seria aguardar até que o desenvolvedor original atualize sua extensão em busca da compatibilidade, mas, em diversos casos, não há qualquer previsão se isso irá mesmo acontecer.

Independente de sua decisão, o Firefox 57, ainda em fase experimental, promete promover um verdadeiro “apocalipse das extensões”: a partir de 14 de Novembro, todas as extensões que não adotarem a API WebExtension simplesmente irão parar de funcionar no navegador, de um jeito ou de outro.