A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) montou uma operação para monitorar a internet. O governo mobilizou oficiais de inteligência para acompanhar a movimentação dos manifestantes via Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp. Na avaliação da Abin, as pastas do governo que lidam com a sociedade civil perderam a interlocução com as lideranças sociais.
A decisão saiu após desentendimento entre assessores civis da presidente Dilma e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que não teria avisado o Planalto das manifestações em São Paulo, que acabaram desencadeando uma onda de protestos pelo país. Nos últimos meses, agentes da Abin e de outros órgãos de inteligência foram deslocados para garantir a segurança da Copa das Confederações, negligenciando outras áreas.
Com essa situação, o potencial das manifestações passou a ser analisado pelo Mosaico, que é um sistema online de acompanhamento de cerca de 700 temas, definidos pelo ministro-chefe do GSI, o general José Elito. Nos relatórios, o objetivo dos oficiais da agência é antecipar o roteiro e o tamanho dos protestos, infiltrações de grupos políticos e até mesmo verificar se há financiamento no evento.
– O monitoramento, acompanhamento dos assuntos nacionais é dever de todos nós, independentemente de qualquer assunto – afirmou o ministro.
