Agentes do FBI interrogaram cerca de uma dezena de funcionários da Kaspersky Lab nos Estados Unidos nessa terça-feira em busca de conexões entre a empresa e a espionagem russa.
A medida radical foi resultado do endurecimento de suspeitas levantadas por agências de Inteligência norte-americanas em relação à empresa fundada na Rússia.
Segundo fontes consultadas pela NBC News, o FBI montou uma operação de costa a costa dos Estados Unidos para interceptar funcionários da empresa de segurança em suas casas, depois do expediente de trabalho, para fazer perguntas relacionadas a suas funções dentro da Kaspersky Lab. Os investigadores teriam contado aos funcionários que eles não correm qualquer risco ou tampouco são acusados de qualquer crime, mas há um interesse em compreender como a empresa russa funciona e qual o nível de informação que é compartilhada com sua sede, em Moscou.
Enquanto isso, no Congresso dos Estados Unidos, um projeto de lei visa proibir órgãos governamentais de investirem em produtos da empresa de segurança. Para a senadora democrata Jeanne Shaheen, autora do projeto, “os laços entre a Kaspersky Lab e o Kremlin são muito alarmantes. Isso levou a um consenso no Congresso e entre oficiais da administração de que a Kaspersky Lab não pode ser confiável para proteger infraestrutura crítica, particularmente sistemas de computadores vitais para nossa segurança nacional”.
Em um comunicado oficial, a Kaspersky reitera que “não possui laços com nenhum governo” e que “nunca ajudou, nem irá ajudar, qualquer governo no mundo com seus esforços de ciberespionagem”. E declara: “a empresa tem uma história de 20 anos na indústria de segurança de TI de sempre se pautar pelas mais elevadas práticas éticas de negócios e a Kaspersky Lab acredita que é completamente inaceitável que a empresa esteja sendo injustamente acusada sem qualquer evidência sólida para sustentar essas falsas alegações”.