A Apple está decidida a duas coisas: estabelecer uma forte presença na China e entrar no mercado de mobilidade urbana.
Enquanto os rumores de um carro autônomo não se concretizam, a empresa juntou seu dois interesses em um só e conseguiu uma cadeira no conselho diretor da chinesa Didi Chuxing.
Em Maio desse ano, a Apple realizou um investimento colossal de um bilhão de dólares na gigante oriental de aplicativos de transporte. Inicialmente, a injeção de capital não garantiria à empresa norte-americana um lugar de destaque nas decisões da Didi Chuxing, mas um relatório descoberto pelo site The Information revelou que a Apple participou de uma reunião realizada no final de Junho na China e conseguiu o direito a voto na comissão de administração.
Meses depois do reforço da Apple e da reunião de cúpula da Didi Chuxing, o Uber, principal rival da empresa na região, suspendeu todas as suas operações locais e retirou-se do mercado, encerrando uma longa batalha para se estabelecer na China e países vizinhos. Estrategicamente, o Uber vendeu toda a sua infraestrutura para a Didi Chuxing, em troca de 20% de participação na empresa chinesa.
Avaliado em 35 bilhões de dólares por analistas, a Didi Chuxing se mostrou um aliado poderoso para os interesses da Apple. Adrian Perica, chefe da empresa norte-americana para fusões e aquisições, é o executivo indicado para ocupar uma cadeira na administração da empresa chinesa.
Perica compõe o conselho diretor ao lado de Martin Lau (presidente da Tencent), Lucy Peng (representante dos investimentos da Alibaba), além do presidente e do CEO da própria Didi Chuxing, respectivamente Jean Liu e Cheng Wei. O Uber não desfruta do mesmo status e tem o seu CEO, Travis Kalanick, na condição de “observador” das reuniões, sem direito a voto.