Apple HealthKit
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Apple já discute com hospitais a respeito do suporte ao HealthKit

O HealthKit (antes conhecido como Healthbook) é a plataforma que permitirá que um aplicativo da própria Apple, chamado Health (Saúde), se comunique com outros aplicativos e dispositivos, até mesmo de terceiros, para a obtenção, compilação e armazenamento de informações de saúde dos usuários.

Health, por sua vez, é um aplicativo para saúde e fitness que monitorará dados como, por exemplo, frequência cardíaca, níveis de glicose e de colesterol no sangue, calorias queimadas após exercícios, etc. O aplicativo também armazenará uma espécie de histórico médico do paciente, o qual poderá ser até mesmo utilizado por apps de terceiros.

A Apple já começou a discutir como o HealthKit irá funcionar com clínicas e hospitais, como o Mount Sinai, a Cleveland Clinic e o Johns Hopkins. A empresa também está conversando com a Allscripts, empresa que fornece serviços de EHR (Electronic Health Record, ou Registro Eletrônico de Saúde) a hospitais e outros fornecedores de serviços de saúde, vale lembrar.

As discussões se encontram no início, mas elas fornecem indícios a respeito de como a empresa da maçã pretende disponibilizar os dados sobre saúde para empresas e instituições ligadas à saúde (além dos consumidores); seria uma espécie de banco de dados médico.

Apple HealthKitA Apple pretende, pelo que podemos entender, centralizar as informações e também padronizar os meios através dos quais elas são disponibilizadas e obtidas. Ou seja, ao invés de inúmeros serviços, bancos de dados e softwares, teríamos apenas uma única “central”, acessível então a desenvolvedores e/ou profissionais da área da saúde. Isto pode tornar a vida dos médicos muito mais fácil, além proporcionar mais qualidade e rapidez nos atendimentos, obviamente.

É claro que podem surgir uma série de questões relativas a privacidade, tanto em relação ao HealthKit quanto em relação ao aplicativo Health, e Morgan Reed, diretor executivo da ACT, uma organização sediada em Washington que representa os desenvolvedores de aplicativos móveis, já disse que pode ser bastante difícil implementar a plataforma em alguns casos, tanto devido às já citadas questões de privacidade quanto ao grande número de requisitos para regulamentação e sistemas já bastante velhos, alguns com várias décadas de utilização.

Também já existem informações a respeito do fato de que os usuários poderão decidir se desejam ou não compartilhar suas informações médicas com o aplicativo da Apple, até mesmo dados oriundos de aplicativos de terceiros. Dados armazenados no iCloud, por falar nisso, serão criptografados, inclusive antes de cada transferência.

Apple HealthKitTanto o HealthKit quanto o aplicativo Health representam ainda algo futuro. Mas um futuro que já está bem próximo: o Health chega com o iOS 8, o qual será lançado em Setembro, e já virá incorporado ao novo iPhone 6. Cupertino, entretanto, parece ter planos bem amplos para seu “sistema eletrônico de dados de saúde”.

A ideia é, quem sabe, formar uma grande base de dados que poderá ser, então, acessada e utilizada por organizações de saúde, médicos, desenvolvedores e usuários comuns (e já aqui podemos prever o quão importantes são as questões que envolvem a privacidade).

Uma base de dados que poderá ser alimentada continuamente, incluindo até mesmo exames e diagnósticos recentes, de forma tal a oferecer a médicos, em momentos de necessidade, um “prontuário virtual” do paciente (e este é apenas um dos exemplos nos quais podemos pensar).

A Apple já possui parcerias com uma série de empresas e instituições, como por exemplo a Nike (lembre-se do aplicativo Nike+) e a Clínica Mayo, a qual já vem testando um serviço para “marcar” pacientes quando os resultados em exames ou em aplicativos parecem anormais.

Claro, também podemos pensar aqui em dispositivos “vestíveis”, e os resultados podem mesmo representar uma grande revolução na área médica. “Eles [a Apple] querem ser um centro de dados de saúde“, disse o analista Skip Snow, do Forrester Research.

O Mount Sinai e o Johns Hopkins não quiseram fornecer maiores informações a respeito, mas William Morris, da Cleveland Clinic, disse que uma equipe já está realizando testes com uma versão beta do HealthKit e fornecendo feedback à Apple.

Ninguém pode negar que o HealthKit representa algo extremamente interessante e inovador. Uma forma de obter, centralizar, organizar e disponibilizar dados médicos, muitas vezes em situações críticas, aos maiores interessados, médicos ou pacientes.

Obviamente, existem problemas, como por exemplo o medo de que as informações acabem parando onde não devem. A Apple está dando um grande passo, e certamente tem muito trabalho pela frente.