O artista plástico britânico Banksy atacou novamente, desta vez com um grafite de Steve Jobs em um campo de refugiados sírios em Calais, na França.
Banksy é famoso por sua arte urbana de protesto, marcada por grafites em lugares públicos sempre denunciando algum problema social ou questionando os valores do mundo Ocidental.
O grafite de Steve Jobs é uma alusão às origens do fundador da Apple. Jobs era filho de um refugiado da Síria que saiu do país nos anos 50 em virtude de suas convicções políticas para viver nos Estados Unidos, onde namorou e engravidou uma norte-americana. Banksy tece aqui uma crítica à rejeição dos países ocidentais em continuarem aceitando os refugiados e à crescente onda de discriminação contra a população muçulmana.
Steve Jobs aparece carregando a típica sacola modesta que os refugiados trazem, obrigados a deixar tudo para trás ao tentar escapar da guerra civil que assola a Síria. Mas, na outra mão, o Jobs do grafite traz o primeiro modelo do Macintosh, uma alusão ao seu legado. O que seria do mundo da tecnologia se existisse nos anos 50 uma lei rigorosa contra a entrada de estrangeiros nos Estados Unidos, parece perguntar a arte.
Apesar de ser filho biológico de Abdulfattah Jandali, Steve Jobs, em vida, sempre rejeitou suas heranças. Em virtude de preconceitos, ele foi dado para adoção assim que nasceu para Paul e Clara Jobs. O fundador da Apple sempre declarou que o casal era “1000% seus pais verdadeiros” e recusava o uso do termo “pais adotivos”. Clara Jobs também era filha de imigrantes, da Armênia, fugidos da Segunda Guerra Mundial.