Quem achou que o vazamento de dados de milhões de usuários do Ashley Madison representariam o fim para a rede social do adultério pode ter se enganado redondamente.
De acordo com um contador de membros na página principal, o site pulou de 39 milhões de assinantes no final de Agosto para 43 milhões neste final de ano, um crescimento significativo para o período.
Oficialmente, o Ashley Madison não se manifesta mais sobre o incidente. Seu último comunicado a respeito informou que o número de assinaturas continuou estável mesmo após a falha de segurança. Apesar do escândalo que custou a cabeça do CEO e fundador da empresa, a projeção na mídia pode ter, na verdade, beneficiado o serviço, atraindo novos membros interessados em casos extraconjugais.
O crescimento, entretanto, é questionável. Suspeita-se que o serviço inflacione o número de assinantes para parecer mais atraente para possíveis clientes. Há inclusive uma brasileira que afirma ter cadastrado centenas de perfis falsos enquanto trabalhava para a empresa. Tanto a quantidade real de membros antes do ataque quanto a quantidade real de membros agora são dados fornecidos pela própria Ashley Madison e não podem ser averiguados de forma independente.
Apesar dos novos 4 milhões de assinantes que teriam aderido ao serviço, o futuro do Ashley Madison ainda é incerto. A empresa está sendo processada na Justiça por diversos usuários que acreditam que não foram tomadas providências adequadas para proteger seus dados privados. Vários destes processos pedem centenas de milhões de dólares de indenização. Considerando o faturamento de 55 milhões de dólares registrados no ano passado, um único processo perdido nos tribunais poderia colocar toda a operação em uma situação irreversível de falência.