Categorias

Bing: Microsoft segue Google e começa a aceitar pedidos de quem quer ser esquecido

Muitos até já esperavam por algo semelhante, e não é de se duvidar que outros motores de busca, como o Yahoo, por exemplo, acabem fazendo a mesma coisa. Após decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, em Maio, o Google começou a aceitar pedidos de pessoas que desejam ter seus nomes removidos de links em resultados de buscas.

Agora é a vez do Bing, e a Microsoft já possui inclusive um formulário online que deve ser preenchido pelos usuários que querem ser esquecidos pelo motor. Vale lembrar que tudo isto vale apenas para quem reside na Europa, pelo menos por enquanto.

bing_logo

Trata-se de uma decisão estranha ou, no mínimo, inusitada, podemos dizer, e as tais remoções podem acabar resultando também em situações estranhas e/ou preocupantes, as quais têm a ver com privacidade e segurança, dentre outros fatores, caso os devidos cuidados não sejam tomados.

Talvez devido a isso, a Microsoft afirma não garantir a remoção dos links, além de mencionar que vai considerar outras fontes para garantir que as informações enviadas no formulário de remoção são corretas. O formulário de remoção também questiona se a pessoa em questão é uma figura pública, além de contar com itens que envolvem detalhes como “confiança”, “liderança” e “segurança”.

A informação fornecida irá ajudar a empresa a ‘estudar o balanço’ entre o interesse na privacidade do requerente e o interesse público na proteção da livre expressão e na livre disponibilidade de informação, de acordo com a legislação Europeia“, disse a Microsoft.

O Google menciona que desde Maio mais de 70 mil pedidos de remoção foram recebidos, os quais estão relacionados a mais de 250 mil sites. Os sites e os nomes envolvidos não são citados, obviamente, mas também não podemos deixar de pensar nos porquês.

Por que alguém gostaria de ser “esquecido” por um motor de busca, em tempos onde a internet está em quase tudo e blogs, sites e seus respectivos proprietários travam muitas vezes lutas ferrenhas e cansativas para sempre estarem bem posicionados?

O direito à privacidade não deve ser esquecido, claro, e ele está em EULAS, termos de uso e contratos de programas de computador e serviços online. Mas a partir do momento em que alguém resolve se “expor” na web, seja através de um blog, seja através de uma rede social, seja através de quaisquer outros meios, e tendo em mente que motores de busca são mecanismos automáticos, que literalmente “varrem” a grande rede em busca de dados que serão depois apresentados a usuários do mundo inteiro conforme as palavras-chave que estes digitam/buscam, a tal decisão do tribunal Europeu causa estranheza, não?

O mais fácil, nestes casos (pelo menos para os possíveis prejudicados), e, talvez, o mais correto, seria então a não exposição. Mas, tudo bem, temos também de contar com possíveis “arrependimentos cibernéticos” e outras situações semelhantes. O próprio diretor jurídico do Google, David Drummond, disse ao The Guardian que “ao decidir o que remover, os motores de busca também devem considerar o interesse público“.

E enquanto isso, a gigante de Redmond diz, em relação ao Bing, que tanto o formulário através do qual os usuários podem solicitar a remoção quanto o próprio processo em si podem ser alterados, devidos a questões que surgiram a respeito de como a decisão do tribunal Europeu deve ser implementada. Parece não haver mesmo um consenso, aqui. Vamos aguardar por mais “capítulos”.