Crystal, o bloqueador de anúncio mais baixado no iOS 9, se tornou o centro de mais uma polêmica envolvendo os aplicativos.
Segundo o The Wall Street Journal, o criador do Crystal estaria recebendo pagamento de anunciantes para deixar passar publicidade de determinadas empresas com o critério “publicidade aceitável”.
Dean Murphy, o desenvolvedor responsável pelo Crystal, afirma que a política de “publicidade aceitável” foi forjada em conjunto com a Eyeo, criadora do Adblock Pro. Murphy alega que a decisão foi feita para não prejudicar os criadores de conteúdo que ainda dependem da receita gerada pela publicidade para se sustentarem.
Nas palavras de Murphy, esta brecha no funcionamento do bloqueador de anúncio “é uma boa funcionalidade a ser oferecida, e pelo o que eu tenho visto a política de ‘publicidade aceitável’ não deixa passar aquilo que eu classifico como anúncios ruins”. Entretanto, o The Wall Street Journal identificou que o desenvolvedor tem um contrato com a Eyeo para permitir que anunciantes que pagaram uma taxa para a empresa consigam entrar no critério da “publicidade aceitável”.
A prática da Eyeo não estaria limitada ao seu próprio produto, o líder de mercado para desktop Adblock Pro, ou ao Crystal no iOS 9. Ainda de acordo com o jornal, a empresa estaria entrando em contato com outros desenvolvedores para participarem de sua lista de anunciantes permitidos. Fontes próximas alegam que Google e Microsoft estariam entre os clientes do modelo de pagamento imposto pela Eyeo.
Um porta-voz da Eyeo confirmou que empresa solicita pagamento de qualquer anunciante que gere mais de 10 milhões de impressões de publicidade desbloqueadas por mês. O valor cobrado seria proporcional ao faturamento que seus “clientes” arrecadam quando seus anúncios passam pelos filtros do bloqueador.
Pelo visto, a guerra dos bloqueadores de anúncio ainda está longe de seu final.