Pneus em chamas. Carros virados. Rodovias de acesso a aeroportos e estações de trens bloqueadas. Paris amanheceu em caos com protestos de taxistas contra o Uber.
Milhares de motoristas de táxi se mobilizaram em violentas manifestações na capital francesa. Há relatos de agressões físicas contra outros motoristas e a polícia está reagindo com bombas de gás.
O motivo dos protestos é o mesmo em todo mundo: taxistas alegam que os serviços de carona paga automatizados pelo Uber prejudicam sua atividade profissional. De acordo com números fornecidos pelos sindicatos franceses, houve uma queda entre 30% e 40% do faturamento nos últimos 2 anos provocada pela concorrência que eles julgam desleal.
Uma licença para táxi na França pode custar mais de 250 mil dólares. Mesmo com validade permanente, é uma cifra significativa que os motoristas não-profissionalizados que utilizam o Uber não pagam, além de outros impostos.
A roqueira Courtney Love foi pega no meio da turbulência e publicou no Twitter que o motorista de seu carro, requisitado via Uber, foi agredido e ela foi obrigada pelos manifestantes a sair do veículo. Mesmo depois de embarcar em uma motocicleta, ela narra que foi alvo de pedradas por parte dos taxistas.
O Ministro do Interior da França Bernard Cazeneuve emitiu nota oficial onde afirma ter ordenado a suspensão temporária das atividades do Uber pela prefeitura de Paris, “considerando os graves problemas de ordem pública”.
Serge Metz, presidente da empresa de táxi G7 afirmou que os taxistas não tiveram alternativa: “nós fomos confrontados com a permanente provocação para a qual só poderia haver uma resposta”.
