Um programador inglês de 19 anos inventou um chatbot que está ajudando motoristas a se livrarem de suas multas de trânsito.
Batizado de DoNotPay, o aplicativo já ajudou a revogar 160 mil de 250 mil multas aplicadas em diferentes cidades, uma taxa de sucesso de 64% sem custo algum.
Joshua Browder, seu criador, acredita que a indústria da multa é um problema a ser combatido: “eu acho que as pessoas recebendo multas de estacionamento são as mais vulneráveis da sociedade. Essas pessoas não estão procurando violar a lei. Eu acredito que elas estão sendo exploradas como uma fonte de faturamento para o governo local”. Lançado inicialmente em Londres no ano passado, o DoNotPay chegou agora a Nova York, onde a Prefeitura chegou a tirar 1.9 bilhão de dólares em multas aplicadas em 2015.
O chatbot funciona na base de perguntas e respostas do usuários para entender os motivos que levaram à aplicação da multa e se é possível encontrar uma brecha que o motorista possa utilizar para contestar a multa na Justiça. Perguntas como a visibilidade da placa de estacionamento proibido, tamanho da vaga e outros são importantes para o DoNotPay estabelecer uma estratégia de defesa e gerar um modelo de argumentação que será impresso pelo usuário e levado aos tribunais.
Browder ficou empolgado com a aceitação do chatbot e trabalhar em outros projetos similares: um robô de conversação para ensinar aos portadores de HIV sobre seus direitos garantidos em lei e outro para vítimas de voos atrasados por companhias aéreas poderem reivindicar uma indenização. O chatbot mais sofistificado que Browder está produzindo irá beneficiar refugiados de países árabes assolados por conflitos em busca de asilo e utilizará tecnologia de algoritmo do IBM Watson para traduções em tempo real.
O jovem programador inglês sonha com um mundo melhor, um chatbot de cada vez: “eu sinto que há uma mina de ouro de oportunidades porque muitos serviços e informações podem ser automatizados usando Inteligência Artificial e bots são um caminho perfeito para fazer isso, e é desapontador no momento que eles estejam sendo utilizados principalmente para transações comerciais, para pedir flores e pizzas”.