Sem muito alarde, começou no dia nove de Janeiro o julgamento que poderá mudar o cenário da indústria da Realidade Virtual: a Zenimax abriu um processo de roubo de tecnologia contra a pioneira Oculus.
A produtora de jogos busca uma indenização de nada menos que 2 bilhões de dólares na Justiça, a exata quantia que o Facebook pagou quando adquiriu a Oculus e seus projetos.
O julgamento vai se inflamar nessa terça-feira quando o próprio Mark Zuckerberg, o CEO e fundador do Facebook, se sentar no tribunal como uma das testemunhas chamadas para essa batalha jurídica que deve se prolongar por pelo menos mais três semanas e irá determinar qual dos dois gigantes está com a razão. A Zenimax alega que John Carmack, fundador da desenvolvedora de jogos id Software, levou documentos vitais da empresa quando se desligou para aceitar um cargo na Oculus e desenvolver a tecnologia utilizada em sua plataforma de Realidade Virtual.
A Zenimax, dona da id Software desde 2009, afirma ter “evidência substancial” não somente de que houve desvio de informações confidenciais, como também que a Oculus teria destruído provas para ocultar o furto de propriedade intelectual da id Software. Para Tony Sammi, um dos advogados que representam a acusação, a compra da Oculus pelo Facebook constituiria “um dos maiores roubos de tecnologia que já existiu”.
A Oculus, por sua vez, emitiu um comunicado onde garante que não irá fugir da luta: “nós estamos ansiosos para colocar nossa posição perante a Corte. A Oculus e seus fundadores investiram uma grande quantidade de tempo e dinheiro na Realidade Virtual (…) Nós estamos desapontados que outra empresa esteja usando um dispendioso litígio em uma tentativa de levar o crédito pela tecnologia que não teve a visão, conhecimento ou paciência para construir”.