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Cresce o número de spams enviados através do iMessage

O iMessage é um recurso extremamente útil desenvolvido pela Apple e disponibilizado a partir do iOS 5. Com ele, quem possui um iPhone, um iPad ou um Mac pode trocar mensagens sem pagar um tostão às operadoras de telefonia. Basta que o iDevice em questão esteja conectado à internet, via wi-fi ou 3G.

Tanto quem envia quanto quem recebe, porém, deve utilizar um dispositivo da Apple, e o recurso é acessível através do aplicativo “Mensagens”: a detecção é automática, ou seja, se você enviar uma mensagem de texto a partir de seu iPhone enquanto ele está conectado à internet para algum amigo que também possui um iPhone, ela será automaticamente enviada como uma “iMensagem”, e não um SMS. Assim, você não paga nada.

Tanto o envio quanto o recebimento são sincronizados entre seus dispositivos iOS, ou seja, você envia uma mensagem no iPhone e ela aparece no iPad, e vice-versa. As mensagens chegam também a ambos os dispositivos, e você pode responder a partir do tablet da Apple ou até mesmo através de seu Mac. Também é possível enviar vídeos e imagens, vale lembrar.

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O recurso é bastante útil, claro, principalmente devido à gratuidade, mas ele pode ser perfeitamente substituído por aplicativos como o WhatsApp, por exemplo, desde que, é claro, o usuário aceite permanecer restrito ao seu smartphone.

Spammers utilizando o iMessage

Tom Landesman, da empresa de segurança Cloudmark, afirma que atualmente mais de 30% dos spams enviados via dispositivos móveis fazem uso do iMessage.

É quase como o sonho de um spammer. Com quatro linhas de código, usando scripts da Apple, você pode fazer seu Mac enviar mensagens para quem quiser“, diz Landesman.

É justamente o fato do iMessage trabalhar de maneira sincronizada entre Macs, iPads e iPhones que torna a vida dos spammers mais fácil. Além disso, o serviço permite que o usuário adicione um número de celular e também várias contas de e-mail. Ou seja, um usuário do iMessage pode possuir vários e-mails atrelados ao serviço, além do celular. Assim sendo, os spams podem ser enviados a todos estes endereços.

Para piorar ainda mais as coisas, o cliente da Apple para Mac pode informar ao usuário (ao spammer, no caso) se um número faz parte da rede do iMessage, e assim, pode-se facilmente gerar uma lista de usuários que certamente usam o recurso (aqui, também, o iMessage notifica o spammer se a mensagem foi lida).

Todas as mensagens enviadas através do iMessage fazem uso da rede da Apple. As operadoras de telefonia não podem fazer nada a respeito, e os hackers parecem estar realmente bombardeando muitos usuários com mensagens não solicitadas, a uma frequência altíssima.

É aqui que a Apple agiu, finalmente, em primeiro lugar. A empresa impôs um limite justamente nesta taxa de envio, impedindo o envio de mensagens via iMessage de maneira rápida e para grandes quantidades de destinatários. Os usuários também podem entrar em contato com a Apple, enviando uma screenshot do spam, o número de telefone e/ou endereço de e-mail de onde partiu a mensagem, e a data de envio.

Mas parece que ainda estamos longe de uma solução, se é que esta virá. Este é mais um dos inúmeros casos no qual pessoas mal intencionadas utilizam um recurso e/ou aplicativo extremamente útil e “do bem” com fins maliciosos. Os usuários dos iDevices podem simplesmente desligar o iMessage, claro, mas perde-se, então, todos os seus benefícios.

A Apple precisa tomar medidas mais drásticas em relação a este problema. A WIRED menciona ter reportado um spam a Cupertino e não ter recebido resposta alguma, passados cinco dias, enquanto o spammer relacionado permanecia ativo na rede iMessage.

Simplesmente optar pelo WhatsApp ou algum de seus concorrentes, nestes casos, pode não ser uma boa alternativa para muitas pessoas, principalmente para quem se acostumou com o recurso da Apple e possui apenas tablets e smartphones da empresa (bem como seus amigos).

Além disso, enviar e responder mensagens a partir de qualquer dispositivo (iPad, iPhone, etc), com tudo sincronizado, é bastante prático (e o iPad, neste sentido, conta com vantagens óbvias, devido ao maior tamanho da tela e consequentemente do teclado).