O jornalista Paul Ingrassia, da Reuters, participou há alguns dias atrás de uma sessão de testes do Self-Driving Car, um veículo em desenvolvimento pelo Google que faz parte da divisão Google X, a qual está sob supervisão do próprio Sergey Brin, cofundador da empresa. Trata-se de um carro que dispensa motoristas.
Ingrassia, que permaneceu sentado no banco traseiro durante o test drive que durou 25 minutos, afirma que tudo transcorreu tranquilamente. Junto com ele no veículo, um Lexus RX 450h bastante modificado, claro, estavam também Brian Torcellini (uma espécie de chefe de testes), no banco do motorista, e Dmitri Dolgov (engenheiro de software), no banco ao lado do motorista.
Torcellini estava ali no banco do motorista apenas para assumir o controle manual caso algo desse errado, e Dolgov tinha em suas mãos um notebook conectado aos sistemas do carro. Diferentemente de outros test drives, este com o Self-Driving Car não envolveu altas velocidades nem nada do tipo. O “passeio” aconteceu nas ruas de Mountain View, cidade onde fica o quartel-general do Google.
Sensores e um carro autônomo evitando um acidente
O Self-Driving Car conta com um sensor em sua parte frontal, para evitar colisões, além de um cilindro giratório no teto que conta com lasers, câmeras, vários sensores e outros equipamentos de orientação e detecção. O “carro sem motorista” do Google é programado para permanecer dentro dos limites de velocidade durante a maior parte do tempo.
Mas ele também pode ultrapassar os limites em até 10 milhas por hora (ou 16 km/h), caso necessário. Por motivos de segurança, também. Durante os testes, houve apenas um “problema”. Na verdade, nem se trata de um problema, mas sim de um acontecimento inesperado que ajudou a tornar os testes e o desempenho do Self-Driving Car ainda mais notáveis.
Um carro à frente parecia estar prestes a virar à esquerda, e se isto ocorresse, ele viria de encontro ao Self-Driving Car. Mas o carro sem motorista detectou o possível perigo, acionou os freios e o motorista do carro que se aproximava rapidamente mudou de direção, eliminando o perigo. Bacana, não?
O Google não informou se já existe um plano de negócios para seu carro sem motorista, e Dolgov apenas diz que “sua missão é aperfeiçoar a tecnologia“. É claro que ainda existe um longo caminho até que máquinas como estas sejam colocadas à venda.
Ainda não se sabe, por exemplo, como lidar com possíveis acidentes envolvendo estes veículos autônomos. Quem será o culpado, ou os culpados? Os passageiros? O fabricante do veículo ou o responsável pelo software? E se o acidente envolver um carro com motorista e outro sem motorista? E se forem dois carros autônomos?
J. Christian Gerdes, de Stanford, ainda diz o seguinte:
“O carro deveria tentar proteger seus ocupantes à custa de atingir pedestres?“?
Gerdes ainda levanta questões a respeito da aceitação de possíveis erros. Iremos aceitar os erros das máquinas, mesmo se elas errarem menos que os humanos? Mesmo se, errando menos, por exemplo, elas ainda assim causarem a morte de seres humanos?
Segundo um relatório do banco de investimentos Morgan Stanley do ano passado, carros como o Self-Driving Car do Google podem estar disponíveis no mercado até o final desta década. Mas esta foi apenas uma previsão, e nem o Google parece ter certeza a respeito.
A tecnologia e o próprio carro em si, entretanto, são bem interessantes, não? Veja o ótimo vídeo abaixo: