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Disney vai sair da Netflix

Quase cinco anos de parceria entre a Disney e a Netflix chegaram ao fim com um anúncio oficial realizado no final da tarde desta terça-feira.

Todas as produções da Disney, incluindo desenhos animados da Pixar e outros estúdios, passarão a ser exibidos em um serviço de streaming próprio a partir de 2019.

A investida representa um duro golpe para a Netflix e para seus usuários, ao mesmo tempo que sinaliza o surgimento de um novo gigante nos serviços over-the-top, um concorrente pesado no ecossistema. Para consolidar sua posição, a Disney realizou simultaneamente uma tomada hostil da BAMTech, empresa responsável pela tecnologia de streaming utilizada pela HBO, MLB, NHL e WWE. Anteriormente, a Disney possuía controle de 33% da companhia, comprados por um bilhão de dólares no ano passado, e agora adquiriu mais 42% das ações, pela cifra de US$1.48 bilhão.

“O cenário de mídia está sendo gradativamente definido por relações diretas entre criadores de conteúdo e consumidores”, declarou Robert A. Iger, Diretor e CEO da The Walt Disney Company. “E nosso controle da gama completa de tecnologias inovadoras da BAMTech irá nos trazer o poder para forjar essas conexões, juntamente com a flexibilidade para nos adaptar rapidamente às mudanças de mercado”, completou.

A Disney claramente não está medindo gastos para assumir para si a tarefa de transmitir por streaming seu vasto catálogo de produções. O anúncio provocou uma valorização das ações da BAMTech na Bolsa de Valores ao mesmo tempo que causou uma queda de 4% nos papéis da Netflix.

A estratégia da Netflix de comprar a Millarworld faz muito mais sentido agora que está claro que o serviço de streaming poderá perder as séries da Marvel em 2019. Embora a Disney em seu anúncio não mencione outras propriedades como Marvel e Star Wars, é quase certo que a gigante irá preferir utilizar sua própria plataforma para distribuição.

O melhor caminho para a Netflix nesse momento seria ter o controle de seu próprio conteúdo e evitar a dependência de parcerias. Para o consumidor, resta saber como lidar com esse futuro das plataformas de consumo de vídeo, que aparentemente caminham para uma inevitável fragmentação.