Em 2013, graças aos vazamentos realizados pelo ex-funcionário Edward Snowden, o mundo ficou sabendo do escândalo dos grampos e da espionagem realizadaos pela NSA, agência de inteligência americana.
Na época, a presidente Dilma Rousseff, então em seu primeiro mandato, ficou indignada ao descobrir ser alvo do monitoramento da NSA, assim como outros líderes de nações aliadas.
No ano passado, a Wikileaks vazou a lista completa do alto escalão da política brasileira que foi espionado pelas operações da agência americana. E agora, a presidente volta a ser o centro de um vazamento de conversas telefônicas, desta vez a mando da Justiça brasileira, que investiga o ex-presidente Luis Inácio “Lula” da Silva.
Foi a deixa para o mesmo Edward Snowden alfinetar a presidente pelo Twitter: “3 anos depois das manchetes do grampo de @dilmabr, ela ainda está fazendo ligações sem encriptação”. A “indireta” é uma referência ao fato da autoridade máxima do Poder Executivo brasileiro se comunicar com o líder do seu partido em um momento político tenso sem utilizar qualquer tipo de proteção contra monitoramento. Nesse caso, o grampo telefônico estava autorizado por um juiz, mas a mesma comunicação poderia ter sido interceptada de forma ilegal por terceiros.
Durante o discurso de posse de Lula como Ministro da Casa Civil na manhã da quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff criticou duramente a divulgação do conteúdo das conversas telefônicas gravadas e questionou a legalidade do monitoramento.
Em 2010, Lula, então Presidente da República, apoiou o WikiLeaks e seu fundador Julian Assange, por vazarem documentos confidenciais sobre diplomatas americanos “o rapaz (Assange) estava apenas colocando aquilo que ele leu. E se ele leu porque alguém escreveu, o culpado não é quem divulgou, o culpado é quem escreveu. Portanto, em vez de culpar quem divulgou, culpe quem escreveu a bobagem, porque senão não teria o escândalo que tem”.