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Elon Musk ainda não entendeu como funcionam Inteligências Artificiais

Elon Musk voltou a tecer sérias críticas ao avanço das Inteligências Artificiais, afirmou que elas representam “o maior de todos os riscos que nós encaramos enquanto civilização” e clamou por controle governamental de seu desenvolvimento.

Mas, para o roboticista Rodney Brooks, fundador do Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência da Computação do MIT, o magnata da tecnologia ainda não entendeu como elas funcionam.

Não é de hoje que Musk demonstra temor e desconfiança com a evolução rápida da tecnologia das Inteligências Artificiais, comparando-as com demônios invocados que a Humanidade não saberia controlar. São afirmações duras para o fundador da Tesla, empresa de veículos elétricos que investiu pesado em automação de sistemas de navegação, mas o executivo afirma ter acesso a pesquisas de ponta sobre o tema e acredita que governos devem ser pró-ativos na regulação dos avanços, porque ser reativo em relação a essa questão poderia ser “tarde demais”, em suas palavras.

Apesar de ser um rígido defensor do mínimo de intervenção estatal possível em qualquer setor, o magnata da tecnologia muda de ideia quando se trata de Inteligências Artificiais: “eu sou contra excesso de regulações, com certeza. Mas, cara, eu acredito que nós precisamos disso com AIs, ponto final”. Segundo Musk, existe um risco real para a raça humana: “elas poderiam iniciar uma guerra criando notícias falsas e forjando contas de email e comunicados de imprensa, tudo isso só manipulando informação”.

Entretanto, Elon Musk acaba se tornando alvo de piadas na comunidade científica. O pesquisador Rodney Brooks não chega a zombar dos temores do bilionário, mas explica que o fundador da Tesla e da SpaceX não tem um conhecimento adequado do que fala, por não trabalhar no campo. “Para aqueles que trabalham com Inteligências Artificiais, nós sabemos o quão difícil é conseguir alguma coisa que realmente funcione a nível de produto”.

E exemplifica: “quando as pessoas veem o AlphaGo do DeepMind vencer o campeão coreano e então vencer o campeão chinês de Go, elas pensam, ‘ai, meu Deus, essa máquina é tão inteligente, ela pode fazer qualquer coisa!’, mas eu estive com o DeepMind em Londres cerca de três semanas atrás e eles admitiram que as coisas poderiam ter facilmente dado muito errado”. Brooks enfatiza: “as pessoas estão ficando muito assustadas sobre as coisas erradas e não pensando a respeito das reais implicações”.