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Empresas de tecnologia protestam contra banimento de imigrantes nos EUA

Uma Ordem Executiva do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump impedindo a entrada no país de pessoas oriundas de uma lista de países desencadeou uma reação sem precedentes na nação.

Além de entidades civis e boa parte da população, empresas de tecnologia também se manifestaram contrários à decisão de Trump até que a ordem fosse revogada nesse final de semana.

“Como um imigrante e um CEO”, o indiano Satya Nadella, da Microsoft reiterou em um memorando que tem experiência “no impacto positivo que a imigração teve em nossa empresa, para nosso país e para o mundo” e declarou que iria continuar advogando em favor desse tópico. Tim Cook, CEO da Apple, também enviou um memorando para seus funcionários, dando seu apoio e explicitando que essa “não é uma política que nós apoiamos: a Apple está aberta. Aberta para todos, não importa de onde venham, que linguagem falem, quem eles amem ou quem eles cultuem”.

O Google recomendou que mais de 100 funcionários que estavam fora do país em viagem retornassem imediatamente para não serem banidos de retornar. O CEO Sundar Pichai escreveu em um comunicado que “é doloroso ver o custo pessoal dessa Ordem Executiva em nossos colegas”.

Sergey Brin, um dos fundadores do Google e presidente da Alphabet, foi além: compareceu pessoalmente a um dos vários protestos que eclodiram em frente a aeroportos que estavam bloqueando a entrada de imigrantes. “Eu estou aqui porque sou um refugiado”, afirmou o executivo. A família de Brin imigrou para os Estados Unidos em 1979, fugindo da perseguição aos judeus na União Soviética.

Mark Zuckerberg, CEO e fundador do Facebook, adotou a mesma retórica e lembrou que “meus bisavós vieram da Alemanha, Áustria e Polônia. Os pais de Priscilla (Chan, esposa de Zuckerberg) foram refugiados da China e do Vietnã. Os Estados Unidos é uma nação de imigrantes e nós deveríamos estar orgulhosos disso”.E acrescentou: “essas questões são pessoais para mim mesmo além de minha família. Há alguns anos eu dei aula em uma escola de classe média local onde alguns de meus melhores alunos eram ilegais. Eles são nosso futuro também. Nós somos uma nação de imigrantes e todos nós nos beneficiaremos quando os melhores e mais brilhantes de todas as partes do mundo puderem viver, trabalhar e contribuir aqui”.

Para Reed Hastings, CEO da Netflix, a decisão de Trump é “anti-americana” e esse é o momento de “juntar forças para proteger os valores americanos da liberdade e da oportunidade”. O Twitter publicou e fixou um tuíte em seu perfil oficial: “Twitter é construído por imigrantes de todas as religiões. Nós estamos ao lado deles e para eles, sempre”. Tanto o Uber quanto o Lyft se prontificaram a identificar motoristas que possam ser prejudicados pela decisão e ajudá-los financeiramente nesse momento.