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Engenheiro de software nigeriano passa constrangimento ao entrar nos EUA

Um engenheiro de software nigeriano passou por um constrangimento ao entrar nos EUA nesse Domingo ao precisar provar que era o que dizia ser.

Segundo Celestine Omin, fiscais de imigração do Aeroporto Internacional JFK, em Nova York, o obrigaram a fazer um teste escrito sobre computação para comprovar que estava entrando no país a trabalho.

O engenheiro de software de 28 anos saiu de Lagos, na Nigéria, em um voo de 24 horas da Qatar Airways, para ocupar uma posição na startup Andela, uma empresa financiada por Mark Zuckerberg e Priscilla Chan para identificar e contratar os maiores talentos de tecnologia disponíveis no continente africano. Menos de 1% dos candidatos que se registram no banco de dados da Andela são convocados para trabalhar nos Estados Unidos e, ainda assim, Omin foi submetido a uma situação, no mínimo, desconcertante.

Ele conta que o fiscal de imigração cismou com sua aparência, fez algumas perguntas sobre seu emprego e depois o conduziu para uma sala pequena nos fundos da instalação. Após aguardar uma hora sem entender o que estava acontecendo, um segundo fiscal apareceu para o engenheiro com uma prova escrita, onde o nigeriano deveria escrever uma função para conferir se uma Árvore Binária de Busca estava balanceada e responder a definição de uma classe abstrata e por que ela é necessária.

Após um voo prolongado e mais de 24 horas sem dormir, Omin entrou em pânico: ele contou que não apenas as perguntas poderiam ter múltiplas respostas possíveis, como elas também deveriam ter sido realizadas por alguém que fizera uma pesquisa rápida no Google sobre o que faz um engenheiro de software. Apesar de ter sete anos de experiência na atividade, o nigeriano achou o questionário ofensivo e a situação tensa.

Um porta-voz do órgão da administração norte-americana responsável pela fiscalização dos aeroportos afirmou que a agência “não aplica testes escritos para verificar o propósito da viagem de viajantes”, mas se recusou a comentar sobre o caso específico e acrescentou que todos os estrangeiros devem “aceitar o peso da prova de determinar que eles são claramente elegíveis” à entrada nos Estados Unidos, assim como “superar todas as exigências de inadmissibilidade”.

De acordo com Celestine Omin, ele entregou as respostas após dez minutos, mas elas não foram aceitas pelo oficial responsável, que afirmou que estavam erradas. Ele garante que as respostas estavam tecnicamente corretas e suspeita que o encarregado não tinha o conhecimento técnico necessário para avaliar a situação. Após um prolongado impasse, o oficial da agência deixou o engenheiro nigeriano ir embora, mas afirmando: “olha, eu estou deixando você ir, mas você não me parece convincente”.

Posteriormente, Omin descobriu que a Andela foi contatada pelos fiscais e corroborou a identidade do engenheiro, o que ocasionou sua liberação. Apesar do incidente, ele declarou que sua atitude em relação aos Estados Unidos não mudou e acrescentou: “eu estou vindo aqui legalmente, com boas intenções, e espero continuar esse trabalho”.