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Entidades de direitos humanos iniciam campanha pelo perdão a Edward Snowden

Diversas entidades de direitos humanos se uniram hoje em torno de uma mesma campanha: o perdão do ex-funcionário da NSA, Edward Snowden.

A iniciativa conta com a participação de ONGs internacionais como American Civil Liberties Union, Anistia Internacional, Human Rights Watch e ativistas de todo mundo.

O objetivo é convencer o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a conceder o perdão presidencial a Snowden antes de sair do cargo em Janeiro do ano que vem. Tradicionalmente, esse tipo de questão polêmica é resolvido pouco antes da saída de presidentes, para evitar consequências políticas desagradáveis. Bill Clinton, por exemplo, causou controvérsia ao perdoar um contribuinte de sua campanha acusado de fraude fiscal e tomou a medida em 2001, pouco antes de deixar a presidência.

O próprio Edward Snowden, acusado de traição e espionagem por ter denunciado os esquemas de monitoramento perpetrados pela NSA, participa da campanha. Embora raramente o informante advogue em causa própria, desta vez ele se manifestou: “eu amo o meu país. Eu amo minha família. E eu dediquei minha vida para ambos. Esses riscos, esses fardos que assumi, eu sabia que viriam. E ninguém deveria estar na posição de tomar esses tipos de decisão. Aquele não é o tipo de lugar em que nós deveríamos estar”.

Snowden se refere à decisão que tomou de entregar documentos importantes e confidenciais do governo norte-americano para jornalistas e entidades internacionais e se tornar um foragido de seu país. Atualmente, o ex-funcionário da NSA reside na Rússia, em localização desconhecida, e teme ser extraditado para os Estados Unidos, onde o cenário atual fatalmente o levaria para uma condenação pesada na Justiça.

A campanha Pardon Snowden está em sincronia com o lançamento de sua cinebiografia, dirigida pelo também polêmico diretor norte-americano Oliver Stone. Snowden acredita que a campanha não foi iniciada para aproveitar a estreia do filme, mas espera que a versão cinematográfica de seus atos ajuda a ampliar a compreensão do que teve que fazer e ajude na causa.