Os escritórios do Google em Paris amanheceram na terça-feira com uma batida organizada pelo DGF (Direction Générale des Finances), o equivalente francês da Receita Federal.
Mais de 100 agentes entraram com um mandado de busca e revistaram as instalações do Google por completo à procura de documentos que comprovem evasão fiscal da empresa no país.
Esse é apenas o mais recente capítulo de uma batalha jurídica que se arrasta por anos, onde o DGF alega que o Google se utiliza de táticas irregulares para pagar menos impostos na França e a empresa sustenta que age dentro dos limites permitidos pela lei para otimizar suas conta. Apesar das alegações do Google, o DGF deve multar a empresa em um valor equivalente a mais de 6 bilhões de reais.
O Google pratica as mesmas estratégias de outras empresas de tecnologia, como Microsoft e Apple, creditando boa parte do seu faturamento no território europeu à sua filial na Irlanda, onde os encargos tributários são bem inferiores aos praticados no restante do continente. As contas ainda passam por diversas afiliadas e empresas-mãe, nas Bermudas e na Holanda, em um caminho tortuoso para se minimizar o pagamento de impostos.
Em 2011, o Google registrou uma arrecadação de 138 milhões de euros na França, por exemplo, enquanto na Irlanda teria conseguido um faturamento de 12,4 bilhões de euros no mesmo período.
Contratos de publicidade assinados na França com anunciantes franceses seriam a chave da investigação conduzida pela DGF. Os valores foram computados no balanço da filial irlandesa, mas as autoridades francesas defendem que os tributos deveriam ser pagos ao governo francês.