O controverso criador do Napster e ex-Presidente do Facebook Sean Parker teceu duras críticas não apenas à rede social que ajudou a catapultar para o sucesso como também a todas as outras.
O investidor concedeu uma entrevista durante um evento na Philadelphia, nos Estados Unidos, e se confessou um sério “opositor consciente” das redes sociais e afirmou que “só Deus sabe o que estão fazendo com a cabeça das crianças”.
Para Parker, Facebook e similares foram criados para induzir seus usuários a um estado de dependência emocional e que todos os envolvidos, incluindo ele, sabiam o que estavam fazendo e não mediram esforços para aumentar esse efeito. “Como nós consumimos o máximo de tempo e atenção consciente possível” teria sido o objetivo perseguido desde a fundação do Facebook.
“Isso significa que precisamos dar uma pequena dose de dopamina de vez em quando, porque alguém gostou ou comentou uma foto ou uma postagem ou qualquer outra coisa”, explicou Parker. “E isso vai te ajudar a contribuir com mais conteúdo, e isso vai te levar a… mais curtir e comentários”, completa. E arremata sobre seu papel na criação do processo: “é um loop de feedback de validação social… exatamente o tipo de coisa que um hacker como eu inventaria, porque você está explorando uma vulnerabilidade na psicologia humana”.
Parker se tornou famoso nos bastidores de tecnologia após sacudir a indústria da música digital com o serviço de compartilhamento digital Napster. Voltaria a exercer uma forte influência nos anos de formação do Facebook, quando se tornou um de seus principais investidores, assumiu o cargo de Presidente da empresa e até mesmo sugeriu a troca de nome de “The Facebook” para apenas “Facebook”.
Apesar de ter enriquecido com seus investimentos, Parker parece se arrepender do que fez. Aos 38 anos, ele é o fundador da entidade Parker Institute for Cancer Immunotherapy, que busca terapias para o tratamento contra o câncer.
