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Ex-vice-presidente de marketing do MySpace revela o que deu errado na rede social

Está aí um mistério da internet que nunca foi muito bem resolvido: Todos sabemos que o MySpace perdeu espaço para o Facebook e eventualmente acabou sendo esquecido. Mas como isso aconteceu?

Recebemos a resposta diretamente do ex-vice-presidente de marketing do serviço. Sean Percival, hoje um parceiro da 500 Startups, trabalhou de 2009 até 2011 cuidando do MySpace e decidiu contar sua história.

Em um discurso na Conferência By:Larm, Percival explicou o que deu errado no MySpace, explicando a “bagunça” que o site se transformou e a “política e ganância” da empresa News Corporation, que comprou o serviço.

Sua palestra foi destinada a startups que querem aprender as lições do declínio do MySpace, revelando que ele nasceu não como uma empresa, mas sim um lugar para serem colocados anúncios: “O MySpace na verdade, não existiu realmente como uma empresa. Ele fazia parte de uma empresa de marketing”, explicou.

myspace

Segundo Percival, essa empresa estava vendendo produtos como pílulas dietéticas e “pequenos helicópteros de controle remoto”. Vendo o crescimento do site social Friendster, eles decidiram copiá-lo: “Tudo o que eles queriam fazer era construir uma rede social para que pudessem ter distribuir seus anúncios, vendendo estes produtos horríveis para as pessoas. E é aí que tudo começou”.

Depois de atrair fotógrafos, modelos e usuários regulares, o site cresceu demais e foi comprado pela News Corporation em 2009. “A realidade é que, com o passar do tempo, as políticas corporativas assustavam. Os advogados e contadores entraram”.

O resultado? “Ao contrário de preservar e deixá-lo [MySpace] funcionar como era, ele só ficou muito, muito corporativo. Política, ganância, todas as coisas horríveis que vêm com grandes corporações, lentamente entraram”, disse Percival.

Após admitir que nem ele mesmo teria conseguido salvar o MySpace no final, Percival disse que acredita que o serviço deveria ter focado na música, aceitando a derrota pelo Facebook.

Ele ainda revelou que tentou comprar o Spotify, mas que eles não venderam “por não precisarem”.

No final, Pervical comentou sobre as gigantes da tecnologia atuais e como elas não devem tentar entrar no mercado social: “Há empresas que não conseguem ser sociais e que nunca serão. Apple é uma delas, e o Google é outro: Eles falharam com o Google+. Quando a sua cultura é de engenharia, você não entende social. Social é uma experiência muito emocional. Engenheiros não são tanto, em muitos casos”, finalizou.