Você já se arrependeu de ter enviado um e-mail poucos segundos após clicar no botão “Enviar”? Seja devido ao conteúdo do mesmo, seja devido à escolha de contatos indevidamente? É, não é difícil encontrar quem responda “Sim” a estas perguntas. E por diversas razões.
O Gmail até conta com um recurso que permite “cancelar” o envio de uma mensagem, mas este depende de atenção por parte do usuário: passado um certo tempo (alguns segundos), o cancelamento é impossível. Isto porque à partir da ativação do recurso “cancelamento de envio” e após o clique no botão “Enviar”, os e-mails são encaminhados apenas após o tempo especificado antecipadamente (período durante o qual é possível, portanto, cancelar o envio).
Usuários do Exchange Server também contam com um recurso parecido, no entanto, este é restrito apenas a destinatários dentro da mesma empresa.
Um novo produto, no entanto, pretende mudar este cenário. Criado pela empresa responsável pelo serviço de favoritos online Delicious (apenas sete pessoas participaram do desenvolvimento), o Dmail é uma extensão para o navegador Google Chrome.
Ele permite o cancelamento de mensagens enviadas, desde que o usuário (no caso, o remetente) utilize o Gmail. Funciona mais ou menos assim: após instalado, o Dmail pode ser ativado ou desativado. O usuário determina previamente o “tempo de vida” da mensagem (uma hora, um dia, uma semana, ou nunca – e vale lembrar que mesmo esta última opção não é definitiva).
O destinatário receberá uma mensagem contendo um botão. Ele deverá clicar em tal botão para visualizar a mensagem, através de uma página hospedada nos servidores do Dmail. Vale também lembrar que o destinatário não precisa utilizar o mesmo navegador, nem tampouco instalar a extensão.
Caso o remetente revogue a mensagem, o destinatário continuará com o e-mail recebido anteriormente em sua caixa de entrada (com o botão para leitura da mensagem). Ao tentar lê-la, entretanto, ele irá se deparar com a seguinte mensagem: “esta mensagem foi destruída e não está mais disponível“.
Todo o conteúdo enviado através do Dmail é criptografado localmente, na máquina do usuário, com um algoritmo de 256 bits. A chave de encriptação é compartilhada apenas com o destinatário: apenas o remetente e o destinatário podem visualizar o conteúdo das mensagens, garante Eric Kuhn, do Dmail.
Já está nos planos da empresa uma atualização que introduzirá um recurso bem interessante, também: impedir que os destinatários encaminhem as mensagens recebidas. O serviço tem lá suas falhas, é claro, e uma delas está ligada à forma de visualização: é fácil perceber que, caso os servidores saiam do ar, por qualquer motivo que seja, perde-se acesso aos e-mails recebidos. Além disso, nada impede que os destinatários capturem uma screenshot da mensagem.
A equipe responsável pelo Dmail também pretende levá-lo para outras plataformas, além do Gmail. Um aplicativo para iOS será lançado em Agosto, além disso, seguido por uma versão para Android.