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Facebook em pé de guerra com o Snapchat

Em 2012, Mark Zuckerberg viu o crescimento do Snapchat e provavelmente enxergou um futuro onde o serviço rival representaria uma ameaça para sua rede social.

Para bater de frente com o aplicativo que oferecia compartilhamento de conteúdo em fotos que desapareciam, lançou o Poke, um serviço bastante similar, mas quem acabou desaparecendo foi o próprio Poke.

Em 2013, o CEO e fundador do Facebook deu o que parecia ser uma cartada desesperada: ofereceu 3 bilhões de dólares pelo Snapchat, um bilhão acima da avaliação do mercado. Apesar de generosa, a oferta foi polidamente recusada por Evan Spiegel, CEO da concorrente. Para tentar combater novamente a preocupante ascensão do Snapchat, foi lançado o Slingshot, outro serviço com características semelhantes, também condenado ao fracasso.

Pulamos para 2017 e a guerra entre as duas empresas está mais acirrada do que nunca. Snapchat agora atende por Snap, colocou suas ações na Bolsa de Valores, e está avaliada em 30 bilhões de dólares, dez vezes acima do oferecido por Zuckerberg há apenas quatro anos. Por outro lado, seu maior adversário não esqueceu a rixa e desde essa terça-feira subiu para o quatro o número de aplicativos do Facebook com funcionalidades parecidas com as do Snapchat: WhatsApp, Instagram, Messenger e agora o próprio aplicativo principal do Facebook.

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A nova versão do mais importante aplicativo da rede social passou a oferecer a mais de um bilhão e meio de usuários o recurso de mensagens efêmeras com prazo de expiração, uma nova câmera interna com a possibilidade de adição de efeitos e focada em produção de postagens multimídia e o inevitável modo Stories, literalmente três recursos que compõem o núcleo central do Snapchat.

A alta direção do Facebook nem tenta disfarçar o que está fazendo: “a forma como as pessoas criam conteúdo está mudando de texto para fotos e vídeos. Isso, por sua vez, está mudando a forma como elas estão compartilhando umas com as outras e interagindo online. Isso é algo em que o Snapchat realmente foi pioneiro”, declarou Connor Hayes, gerente de produto do Stories do Facebook. É o mesmo discurso adotado quando o Instagram passou por mudanças para se aproximar do concorrente.

Com quatro aplicativos canibalizando a atenção do usuário, todos com funções muito similares, a estratégia de Mark Zuckerberg pode ser justamente o contrário: saturar o recurso Stories e afundar o Snapchat. Mas é uma aposta arriscada, que pode acabar custando muito mais do que aqueles 3 bilhões de dólares oferecidos lá atrás. A implantação da funcionalidade no WhatsApp desagradou uma parte significativa de seus usuários e já foi revertida parcialmente. Resta saber qual será a reação do público quando se mexe justamente no aplicativo principal da maior rede social da História.