Convocado para depor perante o Congresso dos Estados Unidos, o Facebook resolveu revelar mais de 3000 anúncios que teriam sido adquiridos pela Rússia, para influenciar as eleições norte-americanas do ano passado.
Em um vídeo transmitido ao vivo da rede social, Mark Zuckerberg detalhou como irá funcionar essa colaboração entre sua empresa e a investigação que está sendo conduzida por uma comissão da Câmara.
“Eu me importo profundamente a respeito do processo democrático e em proteger nossa integridade”, afirmou o fundador e CEO do Facebook. “Eu não desejo que ninguém utilize nossas ferramentas para minar a democracia – não é por isso que nós nos levantamos”. A mudança de postura da empresa vem em decorrência da pressão do Congresso diante da suspeita da ação de estrategistas russos na propagação de notícias falsas, perfis de fachadas e divulgação de contrainformação para manipular a opinião pública.
Até recentemente, o Facebook buscava minimizar o impacto do mal uso de sua plataforma por agentes hostis, enquanto buscava implementar mecanismos que protegessem a rede social de ações similares no futuro. Duas semanas atrás, confrontada com provas, a empresa finalmente admitiu a possibilidade de que cerca de 3.000 anúncios publicados no Facebook teriam origem ligada a operadores russos. Agora, diante da convocação do Congresso, Zuckerberg capitula e anuncia um amplo programa de colaboração para chegar ao fundo da questão e evitar novos incidentes.
Através de um plano de nove passos, o Facebook irá:
- Trabalhar em conjunto com o governo federal nas investigações.
- Conduzir sua própria investigação sobre o que aconteceu durante as eleições norte-americanas de 2016.
- Tornar anúncios de conteúdo político mais transparente para o público, permitindo, inclusive, que qualquer usuário possa visualizar todos os anúncios de um determinado anunciante espalhados pela rede social.
- Reforçar seu próprio mecanismo interno de análise para anúncios de conotação política.
- Ampliar seus investimentos em segurança e integridade.
- Ampliar parcerias com comissões eleitorais em diferentes mercados ao redor do mundo.
- Ampliar o compartilhamento de informações sobre ameaças com outras empresas de tecnologia.
- Trabalhar proativamente para fortalecer o processo democrático.
- Especificamente ajudar a reforçar a integridade das vindouras eleições alemãs.