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Fim do Megaupload não reduziu download de arquivos

Pirataria não pára
Quando o site de compartilhamento de arquivos Megaupload foi fechado pelo FBI e seus donos presos, a indústria do entretenimento acreditou ter desferido um golpe duro no download de arquivos e na pirataria. Pesquisa realizada por firma especializada em arquitetura de rede mostra que não foi o que aconteceu.

O Megaupload era responsável por 30-40% de todo o compartilhamento de
arquivos na web. A DeepField Networks realizou um levantamento do universo dos sites de compartilhamento de arquivos durante três meses e testemunhou o fechamento do Megaupload no meio da pesquisa: no espaço de uma hora após o encerramento de suas
atividades, o tráfego de internet em todo o mundo caiu de 2% a 3%.

Apesar da ação policial, o fluxo de transferência de arquivos se normalizou logo em seguida, com o Megaupload sendo substituído por sites similares quase imediatamente. Uma busca rápida revela que a oferta de material protegido por direitos autorais continua abundante.

Mas a pesquisa da DeepField também revelou a infraestrutura de co-location por trás destes serviços. O extinto Megaupload possuía 1000 servidores e 25 petabytes de dados hospedados na americana Carpathia Hosting, além de 700 servidores dentro do serviço de hospedagem holandês Leaseweb. Estas duas empresas se juntam com uma pequena elite de outros centros de dados localizados tanto em solo americano quanto na Europa e que abrigam dezenas e dezenas de sites de compartilhamento.

Com a queda do Megaupload, grande parte do tráfego de dados parou de se originar dos Estados Unidos e os serviços de hospedagem europeus foram beneficiados. Craig Labovitz, da DeepField, conclui: “Basicamente, o compartilhamento de arquivos se tornou menos eficiente. No lugar de terabytes de tráfego do Megaupload saindo de servidores americanos para os americanos, a maior parte do tráfego agora vem da Europa a partir de links transatlânticos mais caros.”

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