O GitHub acaba de se desculpar por não ser transparente o suficiente sobre a investigação interna que aconteceu sobre alegações de assédio moral e sexismo pela ex-funcionária Julie Ann Horvath.
O novo CEO da empresa, Chris Wanstrath, ofereceu novos detalhes sobre o que aconteceu antes, depois e durante a investigação – embora a história completa ainda esteja retida devido a um acordo confidencial entre funcionários.
“Nós falhamos em admitir e confessar os nossos erros, e por isso eu sinto muito”, escreveu ele. “GitHub tem uma reputação de ser transparente e assumir a responsabilidade por nossas ações, mas na semana passada não fizemos isso. Não há desculpa. Podemos fazer muito melhor”, prometeu o executivo.
Na semana passada, a empresa anunciou que um inquérito investigativo feito por terceiros não produziu nenhuma evidência de um ambiente de trabalho hostil ou qualquer coisa ilegal, mas “erros e erros de julgamento” foram o suficiente para que o co-fundador, e até então CEO da empresa, Tom Preston-Werner, renunciasse seu cargo. A empresa se recusou a falar sobre o que Preston-Werner estava sendo acusado e não informou se ele foi convidado a sair da empresa ou não.
Agora, Wanstrath finalmente está revelando que uma investigação foi feita por Rhoma Young, uma consultora com 30 anos de experiência que viu o lado dos funcionários e da empresa:
Rhoma identificou os funcionários que ela queria falar com base em uma lista inicial que nós fornecemos, provas que reunimos, os funcionários que pediram para falar com ela, as pessoas que Julie pediu para falar com, e qualquer outra pessoa que ela [Rhoma] determinou que fosse relevante, incluindo a própria Julie. No final, ela realizou mais de 50 entrevistas durante um período de quatro semanas. Junto com as entrevistas, Rhoma reuniu e analisou provas que consistem em e-mails, textos, transcrições e código de dezenas de GitHubbers atuais e antigos que ela falou com. Ela, então, reuniu tudo que conseguiu e entregou suas descobertas para o Conselho de Administração do GitHub.
Wanstrath também revela que Preston-Werner foi, de fato, convidado a sair da empresa após a investigação descobrir que ele “agiu de forma inadequada, incluindo conduta de confronto, desconsideração de reclamações nos locais de trabalho, falta de sensibilidade sobre o impacto da presença de sua esposa no trabalho e incapacidade de cumprir um acordo que sua esposa não deve trabalhar no escritório”.
A consultora também descobriu que outras alegações de Horvath, como ser assediada por um engenheiro e trabalhar em um ambiente hostil para mulheres, eram infundadas. “As mulheres no GitHub relataram sentimentos de serem apoiadas, mentoradas e protegidas no trabalho, e sentiram que são tratadas de forma equitativa e recebem oportunidades”, Wanstrath escreveu.
Horvath agora trabalha para o desenvolvimento de software da Shop&Yet e o GitHub contratou Kelli Dragovich, que já trabalhou na Barnes and Noble e no Yahoo, e promete que mais mudanças positivas serão anunciados em maio.