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Google está sendo processado por práticas anticompetitivas também no Brasil

Não é somente na Europa que o Google deve explicações na Justiça por práticas anticompetitivas: a empresa também está sendo processada no Brasil.

O gigante da busca encara nada menos que três processos administrativos  e um inquérito perante o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) por usar sua posição no mercado para favorecer a si mesmo.

Um dos processos é idêntico ao que rendeu uma multa bilionária na União Europeia: o abuso de poder em favor do Google Shopping. Iniciado em 2011 e sem previsão para uma conclusão, o processo foi movido pelos sites Buscapé e Bondfaro, de pesquisas de preços, que acusam o Google de privilegiar resultados de sua própria ferramenta de compras nos resultados de pesquisas realizados pelos usuários. Na Europa, o Google foi obrigado a pagar mais de dois bilhões de dólares de multa e reverter suas práticas. No Brasil, o processo se arrasta em entraves burocráticos.

Em 2013, um novo processo foi aberto pelos mesmos sites, alegando que o Google copia conteúdo de lojas para apresentar nos resultados do Google Shopping, uma prática conhecida como scraping. O Google se defendeu na ocasião alegando que houve uma falha técnica e que o processo não visava o lucro.

Apesar das brigas judiciais ainda pendentes, o Buscapé divulgou em nota “que não pretende utilizar a decisão da Justiça da União Europeia contra o Google” e que as duas empresas desenvolvem vários projetos em conjunto no Brasil e são parceiras agora. O Google não teceu qualquer comentário sobre os processos em andamento junto ao Cade.

As outras duas investigações relacionadas ao Google na entidade foram abertas pela Microsoft e pelo Yelp. O primeiro está rolando desde 2013 e é relacionado a um embate entre as plataformas publicitárias Google AdWords e o Bing Ads. A Microsoft acusa o Google de práticas ilegais contra a concorrência, barrando anunciantes de utilizarem as duas soluções simultaneamente.

O Yelp está por trás do processo mais recente, aberto em 2016, e que ainda se encontra na fase de inquérito. O serviço online critica o Google por exibir informações como endereço, números de telefone e mapas de restaurantes, lojas e hotéis diretamente nos resultados de buscas, prejudicando outros serviços que trabalham especificamente com esses dados.