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Google Places: locais fechados por erro irritam comerciantes

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Comerciantes têm reclamado de que seus estabelecimentos começaram a aparecer como “fechados permanentemente” no Google Places – serviço do gigante de buscas que lista comércios e serviços a partir da localização pesquisada pelo usuário. Segundo o New York Times, em alguns casos o problema dura poucas horas, e em outros, semanas. A razão do fechamento no catálogo online seria a facilidade que usuários têm de reportar que um lugar não existe mais.
Um empresário entrevistado pelo jornal norte-americano, Jason Rule, percebeu no meio de agosto que seu café, que continua aberto, estava indicado como fechado no Places. Ele não sabe há quanto tempo o negócio aparecia como inexistente, mas calcula que o prejuízo foi grande. “Não estamos longe da estrada Interestadual 70, e não tenho dúvidas de que muitas pessoas passando pela rodovia nem pensaram em parar aqui”, afirma, referindo-se aos viajantes que tenham buscado por uma cafeteria a partir da versão para smartphones do serviço.
No Google Places estão listados estabelecimentos com nomes, descrições e fotos, além de opiniões de usuários, que podem rankear a qualidade do lugar. Junto com essas informações existe o botão “reportar problema”, que permite ao usuário informar que o negócio está fechado. Após uma quantidade mínima de cliques, a loja passa a ser listada “reportada como fechada”, e mais tarde, com a revisão do Google, como “permanentemente fechada”.
O gigante de buscas, segundo o New York Times, não se manifesta sobre seu método de revisão. Em serviços de pesquisa rivais, como Bing Local e Yahoo Local, também há a opção de avisar que um estabelecimento não existe mais, mas como não têm tanto tráfego quando o Places, há menos reclamações sobre problemas do gênero.
Quando o Google criou o serviço, contava com uma participação grande dos usuários. O site tem uma base com milhões de locais, e quando os donos não avisam sobre o fechamento das lojas, sobra para os internautas fazerem o trabalho. Mas assim como qualquer sistema, a ferramenta pode sofrer abusos. De acordo com especialistas em ferramentas de busca, “fechar online” os estabelecimentos concorrentes é uma tática que tem se tornado cada vez mais comum, inclusive com a suspeita de que algumas empresas oferecem o “serviço” para seus clientes.
“Por semanas, nossas reservas estavam muito abaixo do normal, e estávamos tentando entender por quê”, diz Cherlene Cowan, dona de um hotel no Havaí, que também descobriu que o local estava marcado como “permanentemente fechado” no Places. “Não consigo acreditar que tenham sido clientes que fizeram isso, se eles não gostassem do atendimento reclamariam no TripAdvisor, então acredito que foram concorrentes os responsáveis pelo falso fechamento online”, continua.
Quando um estabelecimento é marcado como fechado, seja com a indicação de que a informação é dos usuários ou de que é permanente, a página do negócio disponibiliza um botão “não é verdade”, que pode ser acionado por donos e clientes que sabem que a loja está funcionando. Mas, segundo Cowan, a ferramenta não funciona, ou demora demais para reativar o local no catálogo online ¿ o hotel no Havaí continua aparecendo como fechado.
Indignado com o descaso do Google em relação ao problema, o blogueiro e consultor de buscas Mike Blumenthal resolveu fazer um ato de “desobediência online”: no meio de agosto, ele “fechou” no Places o escritório do Google em Mountain View, na Califórnia. “Queria que eles entendessem como isso incomoda quando acontece”, afirmou. Bastaram, segundo o blogueiro, dois cliques em “reportar como fechado” para conseguir a façanha. Então, ele publicou um print da página do serviço com o escritório marcado como inexistente – o que ainda aparece -, e parece ter chamado a atenção do gigante de buscas, que na sequência implementou uma melhoria no serviço. Agora, quando um negócio é marcado como fechado, o dono recebe um e-mail questionando a veracidade da informação.
Um porta-voz do Google, Gabriel Stricker, se recusou a informar se o gigante de buscas mantém um registro do número de negócios fechados erroneamente, mas afirmou que a empresa sabe do problema e já está trabalhando para resolvê-lo. A solução deve sair nos próximos dias, para prevenir o que Stricker chama de “marcação mal intencionada ou maliciosa”.

Com informações de Terra.