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Governo russo teria assumido o controle da maior rede social do país

Pavel Durov, criador da maior rede social da Rússia, alega que foi expulso da empresa e que ela agora é controlada por dois aliados de Vladimir Putin. Enquanto isso, o presidente russo acusa a Internet de ser um projeto montado e administrado pela CIA.

O VK é o Facebook russo, com cerca de 100 milhões de usuários no país. No meio desta semana, o site ficou no meio de uma controvérsia com a demissão do seu CEO e fundador Pavel Durov. Durov acusou a manobra de ter sido orquestrada pelo governo russo, que colocou o VK nas mãos de Alisher Usmanov, o homem mais rico do país e diretor do serviço de e-mail Mail.ru, e Igor Sechin, CEO de uma estatal do petróleo. Os dois novos diretores da rede social seriam aliados do presidente Vladimir Putin.

O VK foi utilizado por manifestantes em 2011 e 2012 para organizar protestos contra o governo de Putin. O serviço secreto do país teria pressionado Durov a ceder dados privados de seus usuários para fins investigativos. Com a recusa do CEO, o governo teria iniciado um longo processo jurídico e financeiro para assumir o controle total da rede social. Em meses recentes, diversos acionistas importantes teriam vendido sua participação na empresa para uma firma de investimentos ligada ao Kremlin.

Ontem, o presidente russo Vladimir Putin declarou para a Associated Press que a Internet “foi um projeto da CIA e continua sendo”. Para lutar pelos “interesses da Rússia”, o governo do país está endurecendo na legislação que regula seu uso. Nesta semana, o parlamento local aprovou uma lei que obriga todas as redes sociais a manterem servidores no país e armazenar todos os dados dos usuários por pelo menos seis meses.

Para Durov, esse contexto representa o fim inevitável do VK: “Estou feliz que tenhamos durado sete anos e meio. Nós fizemos muito. E parte do que foi feito não pode ser desfeito”, afirmou.