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HTML5 fará web tomar lugar das aplicações nos celulares

HTML5 já é realidade
Empresa, que se prepara para explorar m-commerce, acredita que novos recursos darão origem a aplicativos compatíveis com qualquer smartphone.

A desenvolvedora norueguesa de software Opera deposita grandes esperanças na combinação de navegadores móveis e da linguagem HTML5, que permitirá às aplicações web competir melhor com programas nativos, de acordo com o cofundador da empresa, John Von Tetzchner.

Atualmente, a combinação de diversidade de sistemas operacionais e aplicações nativas nos smartphones é ruim tanto para consumidores como para desenvolvedores, disse Von Tetzchner, em entrevista. Para consumidores, ela torna mais difícil a migração para um novo aparelho com sistema operacional diferente, se a pessoa quer manter seus aplicativos; já os desenvolvedores têm quase sempre que começar do zero quando vão criar aplicações para diferentes plataformas.

Usar a web torna-se um antídoto para essas duas questões e, tal como a Google, a Opera aposta que a HTML5 fará com que as aplicações baseadas na web sejam mais competitivas em comparação com aplicações nativas. O navegador não foi projetado para a construção de aplicativos, mas a chegada da HTML5 muda esse cenário, de acordo com Von Tetzchner.

“Se você quer construir aplicações reais, e não sites web, isso faz diferença”, disse Von Tetzchner.

Armazenamento local

Os desenvolvedores serão capazes de acrescentar gráficos ricos e armazenamento local, o que deixarão os programas baseados na web funcionarem tal como uma aplicação nativa, disse.

A implementação da HTML5 ainda está em curso, especialmente nos navegadores móveis. O Mobile 10 e o Mini 5, ambos da Opera, vêm com suporte para alguns aspectos da HTML5, incluindo gráficos. No entanto, o suporte para itens importantes, como vídeo e armazenamento local, ainda está de fora, mas Von Tetzchner disse que não se surpreenderia se o armazenamento fosse acrescentado antes do fim deste ano.

Para a Opera, os primeiros cinco meses de 2010 foram de bastante trabalho: ela comprou a empresa de publicidade móvel AdMarvel, assinou um acordo com a Vodafone para levar o acesso móvel via internet a celulares de baixo custo em mercados em desenvolvimento e teve seu navegador Mini aprovado para uso no iPhone.

Aprovação da Apple

O fato de a Apple ter aprovado o navegador Opera Mini pode ter surpreendido alguns, mas não a Opera, que depois de examinar a licença SDK da Apple se convenceu de que seu software seria aprovado, disse Von Tetzchner.

“Havia outros browsers lá… E o fato de que não rodamos Javascript e coisas assim no lado cliente significava que seria natural, para a Apple, aceitar [a aplicação]”, disse Von Tetzchner, frisando que a Opera passou pelo processo normal de aprovação e negociação com a Apple.

Mais de 2,6 milhões de pessoas usaram o Opera Mini em seus iPhones nas duas semanas de abril depois do lançamento, de acordo com a Opera.

O Opera Mini para iPhone também funciona no iPad, mas a Opera não tem feito nada para personalizar o navegador para o tablet da Apple, o que seria um próximo passo natural, disse Von Tetzchner.

Adobe e Google

A Apple não terá qualquer simpatia da Opera em duas questões quentes no mundo de navegadores móveis.

Von Tetzchner tem apenas coisas boas a dizer sobre a Adobe Systems, que atualmente está em disputa com a Apple sobre o uso de Flash na internet móvel. A Opera tem um bom relacionamento com a Adobe e o Flash é algo à parte da web, disse.

No entanto, ele não disse se nem quando a empresa implantará a última versão do Flash no Opera Mobile. O Opera Mini não terá suporte para Flash. Ele torna a navegação mais rápida e consome menos dados por causa da compressão e da renderização de sites web, que é feita nos servidores da Opera. Mas isso também significa que algumas coisas não funcionarão, incluindo o Flash. O Opera Mobile, por sua vez, se conecta diretamente à web.

A Opera também é uma grande fã do codec de vídeo de código aberto VP8, da Google, e já o implantou em seu navegador para desktops.

“Quando a Google escolhe comprar uma empresa por uma quantia significativa em dinheiro e então torna o codec disponível livremente, muitas empresas aderem”, disse Von Tetzchner.

Atualmente, Opera, Mozilla e Adobe apóiam esse codec, e até a Microsoft tem dito que pelo menos não lutará contra ele, o que deixa a Apple basicamente sozinha no lado oposto, disse.

Pagamento móvel

Em relação aos outros investimentos da Opera, ao comprar a AdMarvel e assinar acordos com operadoras como a Vodafone, a empresa preparou o terreno para a forma com que fará dinheiro no futuro. As operadoras estão em boa posição para usar seus relacionamentos de bilhetagem e cobrança dos assinantes para construir um ecossistema funcional de m-commerce. Comprar pelo celular atualmente é difícil, mas as operadoras podem fazer algo a respeito, acredita Von Tetzchner.

“O teste para mim é se você pode pedir pizza e mandar cobrar na conta telefônica”, disse.

Para que isso funcione, a operadora precisa ou se tornar um banco, ou trabalhar com um banco, mas essa divisão de tarefas deverá ocorrer de forma satisfatória, disse. Se os usuários puderem comprar por meio do celular, haverá receita a compartilhar, ele disse.

Mas a privacidade ainda é um problema no mercado nascente de publicidade móvel – todos os envolvidos têm de ser cuidadosos quando a questão é a privacidade do usuário final.

“Nós queremos oferecer anúncios razoavelmente relevantes, mas… Não queremos ultrapassar nenhum limite”, disse Von Tetzchner.

Com informações de IDG News Service/Estocolmo.

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HTML5 fará web tomar lugar das aplicações nos celulares

HTML5 já é realidade
Empresa, que se prepara para explorar m-commerce, acredita que novos recursos darão origem a aplicativos compatíveis com qualquer smartphone.

A desenvolvedora norueguesa de software Opera deposita grandes esperanças na combinação de navegadores móveis e da linguagem HTML5, que permitirá às aplicações web competir melhor com programas nativos, de acordo com o cofundador da empresa, John Von Tetzchner.

Atualmente, a combinação de diversidade de sistemas operacionais e aplicações nativas nos smartphones é ruim tanto para consumidores como para desenvolvedores, disse Von Tetzchner, em entrevista. Para consumidores, ela torna mais difícil a migração para um novo aparelho com sistema operacional diferente, se a pessoa quer manter seus aplicativos; já os desenvolvedores têm quase sempre que começar do zero quando vão criar aplicações para diferentes plataformas.

Usar a web torna-se um antídoto para essas duas questões e, tal como a Google, a Opera aposta que a HTML5 fará com que as aplicações baseadas na web sejam mais competitivas em comparação com aplicações nativas. O navegador não foi projetado para a construção de aplicativos, mas a chegada da HTML5 muda esse cenário, de acordo com Von Tetzchner.

?Se você quer construir aplicações reais, e não sites web, isso faz diferença?, disse Von Tetzchner.

Armazenamento local

Os desenvolvedores serão capazes de acrescentar gráficos ricos e armazenamento local, o que deixarão os programas baseados na web funcionarem tal como uma aplicação nativa, disse.

A implementação da HTML5 ainda está em curso, especialmente nos navegadores móveis. O Mobile 10 e o Mini 5, ambos da Opera, vêm com suporte para alguns aspectos da HTML5, incluindo gráficos. No entanto, o suporte para itens importantes, como vídeo e armazenamento local, ainda está de fora, mas Von Tetzchner disse que não se surpreenderia se o armazenamento fosse acrescentado antes do fim deste ano.

Para a Opera, os primeiros cinco meses de 2010 foram de bastante trabalho: ela comprou a empresa de publicidade móvel AdMarvel, assinou um acordo com a Vodafone para levar o acesso móvel via internet a celulares de baixo custo em mercados em desenvolvimento e teve seu navegador Mini aprovado para uso no iPhone.

Aprovação da Apple

O fato de a Apple ter aprovado o navegador Opera Mini pode ter surpreendido alguns, mas não a Opera, que depois de examinar a licença SDK da Apple se convenceu de que seu software seria aprovado, disse Von Tetzchner.

?Havia outros browsers lá… E o fato de que não rodamos Javascript e coisas assim no lado cliente significava que seria natural, para a Apple, aceitar [a aplicação]?, disse Von Tetzchner, frisando que a Opera passou pelo processo normal de aprovação e negociação com a Apple.

Mais de 2,6 milhões de pessoas usaram o Opera Mini em seus iPhones nas duas semanas de abril depois do lançamento, de acordo com a Opera.

O Opera Mini para iPhone também funciona no iPad, mas a Opera não tem feito nada para personalizar o navegador para o tablet da Apple, o que seria um próximo passo natural, disse Von Tetzchner.

Adobe e Google

A Apple não terá qualquer simpatia da Opera em duas questões quentes no mundo de navegadores móveis.

Von Tetzchner tem apenas coisas boas a dizer sobre a Adobe Systems, que atualmente está em disputa com a Apple sobre o uso de Flash na internet móvel. A Opera tem um bom relacionamento com a Adobe e o Flash é algo à parte da web, disse.

No entanto, ele não disse se nem quando a empresa implantará a última versão do Flash no Opera Mobile. O Opera Mini não terá suporte para Flash. Ele torna a navegação mais rápida e consome menos dados por causa da compressão e da renderização de sites web, que é feita nos servidores da Opera. Mas isso também significa que algumas coisas não funcionarão, incluindo o Flash. O Opera Mobile, por sua vez, se conecta diretamente à web.

A Opera também é uma grande fã do codec de vídeo de código aberto VP8, da Google, e já o implantou em seu navegador para desktops.

?Quando a Google escolhe comprar uma empresa por uma quantia significativa em dinheiro e então torna o codec disponível livremente, muitas empresas aderem?, disse Von Tetzchner.

Atualmente, Opera, Mozilla e Adobe apóiam esse codec, e até a Microsoft tem dito que pelo menos não lutará contra ele, o que deixa a Apple basicamente sozinha no lado oposto, disse.

Pagamento móvel

Em relação aos outros investimentos da Opera, ao comprar a AdMarvel e assinar acordos com operadoras como a Vodafone, a empresa preparou o terreno para a forma com que fará dinheiro no futuro. As operadoras estão em boa posição para usar seus relacionamentos de bilhetagem e cobrança dos assinantes para construir um ecossistema funcional de m-commerce. Comprar pelo celular atualmente é difícil, mas as operadoras podem fazer algo a respeito, acredita Von Tetzchner.

?O teste para mim é se você pode pedir pizza e mandar cobrar na conta telefônica?, disse.

Para que isso funcione, a operadora precisa ou se tornar um banco, ou trabalhar com um banco, mas essa divisão de tarefas deverá ocorrer de forma satisfatória, disse. Se os usuários puderem comprar por meio do celular, haverá receita a compartilhar, ele disse.

Mas a privacidade ainda é um problema no mercado nascente de publicidade móvel ? todos os envolvidos têm de ser cuidadosos quando a questão é a privacidade do usuário final.

?Nós queremos oferecer anúncios razoavelmente relevantes, mas… Não queremos ultrapassar nenhum limite?, disse Von Tetzchner.

Com informações de IDG News Service/Estocolmo.