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IBM se prepara para comprar Red Hat por 34 bilhões de dólares

A centenária gigante de hardware IBM está prestes a completar a aquisição bilionária da Red Hat. A operação irá custar 34 bilhões de dólares, o equivalente a 127 bilhões de reais no câmbio atual, e será a maior compra da IBM em toda a sua história.

O anúncio do início das negociações já havia sido feito em outubro de 2018, sinalizando uma significativa mudança de foco da IBM, em direção a serviços de nuvem. A conclusão da compra estava dependendo da avaliação de entidades reguladoras. A aprovação dos reguladores do governo norte-americano só saiu em maio desse ano, enquanto o aval das rígidas autoridades da União Europeia foi obtida agora em Junho.

Na transição, a Red Hat irá manter toda sua equipe executiva de gerenciamento em seus respectivos cargos, incluindo o chefe executivo Jim Whitehurst, que passará a se reportar diretamente a Ginni Rometty, chefe executivo da IBM. A Red Hat irá operar como uma unidade distinta dentro da hierarquia da empresa-mãe, mantendo seus escritórios, instalações e marca própria. Entretanto, daqui para frente, a Red Hat estará orientada para oferecer “uma plataforma multicloud híbrida de última geração, baseada em tecnologias de código aberto, como Linux e Kubernetes”, de acordo com o comunicado oficial.

O objetivo da IBM não é competir com soluções de nuvem já existentes, mas fornecer a integração necessária e complementar esse ecossistema. Desta forma, as duas empresas seguirão na meta de “construir e expandir suas parcerias, incluindo aquelas com os principais provedores de nuvem, como o Amazon Web Services, o Microsoft Azure, o Google Cloud e o Alibaba”.

Essa é a cartada definitiva de Ginni Rometty, que comanda a empresa desde 2012 e vem tentando modificar a cultura da monolítica companhia para segmentos de mercado de expansão rápida, como software, serviços e nuvem. Perder a evolução do segmento de tecnologia custou caro para a IBM nos anos 80, com a ascensão da Microsoft, mas Rometty está disposto a manter a relevância da empresa mesmo que isso custe investimentos elevados.

Até o momento, a estratégia tem surtido efeito: desde 2013, a participação de serviços de nuvem no faturamento da IBM saltou de 6% para 25%. A expectativa é que a compra da Red Hat amplie ainda mais esse porcentual.