Robôs vão mesmo tomar nossos empregos? Até de quem trabalha com criatividade? Se depender desse curta-metragem, roteiristas de cinema podem respirar aliviados por mais alguns anos. Ou décadas.
Sunspring é o primeiro curta-metragem escrito através de algoritmos e o resultado é… estranho, para dizer o mínimo. Ou ruim demais, dependendo do seu humor.
Auto-denominada Benjamin, essa rede neural foi alimentada com os roteiros de dezenas de filmes de ficção-científica, para analisar sua estrutura, seus diálogos e suas viradas de trama. Não aprendeu muita coisa e o que produziu era praticamente infilmável, mas seus criadores insistiram, juntaram um elenco e gravaram tudo em um dia. O curta-metragem de quase nove minutos pode ser conferido na íntegra abaixo:
Caso você esteja imaginando, sim, a música (ou pelo menos sua letra) também é obra de Benjamim, assim como introduzir uma cena musical no meio da história. Com estrelas.
O curta foi exibido durante um festival de filmes do gênero em Londres e um dos juízes foi categórico: “eu vou dar a eles boas notas se eles prometerem nunca mais fazerem isso de novo”. Na votação online, seus criadores perceberam que os principais líderes na preferência da audiência estavam usando bots para angariar votos. Então, eles utilizaram Benjamim para votar 36 mil vezes por hora durante as últimas horas da competição… e venceram.
A administração do festival foi notificada da manobra pelas própria equipe de Sunspring, que “confessou” que Benjamim resolveu votar em si mesmo. Os jurados levaram tudo na esportiva e chegaram a “entrevistar” a Inteligência Artificial durante a premiação.
O que Benjamim disse sobre seu futuro? “A equipe está dividida pelo trem do prédio da máquina em chamas com suor. Ninguém verá sua face. As crianças alcançaram a fornalha, mas a luz ainda está escorregando para o chão. O mundo ainda está embaraçado. A festa está com sua equipe. Meu nome é Benjamim”. OK, então.