Mesmo afastado do Uber, os problemas de Travis Kalanick não param: o ex-CEO da empresa está sendo processado por um de seus maiores investidores e acionistas.
A Benchmark Capital entrou com um processo na Justiça norte-americana nessa quinta-feira acusando o executivo de “fraude, quebra de contrato e quebra do dever fiduciário”.
A investidora foi uma das primeiras a apostar no Uber e tem cadeira cativa no conselho diretor, mas alega que Kalanick estaria preparando um golpe ao tentar preencher o conselho com “aliados leais em um esforço para blindar sua conduta anterior do escrutínio e abrir o caminho para seu eventual retorno como CEO – tudo isso em detrimento dos acionistas, empregados, motoristas parceiros e consumidores do Uber”.
Embora os rumores nos bastidores já indicassem uma movimentação e interesse do executivo em retornar ao comando da empresa que fundou, essa é a primeira indicação de que seus planos podem ser reais e que há uma crise de autoridade na cúpula do Uber. Em Junho, teria havido uma votação para aumentar o número de membros do conselho diretor de 8 para 11 integrantes, com os novos participantes indicados exclusivamente por Kalanick e essa teria sido a gota d’água para a Benchmark Capital.
A investidora também não está nada contente com as acusações de sexismo e assédio nas fileiras de gerenciamento do Uber e tampouco com o processo que ainda tramita na Justiça, envolvendo o furto de informações e tecnologia da Waymo que teria sido perpetrado com o conhecimento de Kalanick. Internamente, a Benchmark Capital luta para anular a votação de Junho, remover os três membros adicionais do conselho diretor e, se possível, banir o ex-CEO do mesmo conselho e colocar um novo executivo no cargo que permanece vago.
Sobre o processo aberto contra Kalanick na corte de Delaware, um porta-voz informou à imprensa que a ação é “completamente desprovida de mérito e preenchida com mentiras e falsas alegações”.