Você já ouviu falar nas empresas ou serviços Appsembler, Deepgram, GroundSource, Loxo ou Runkeeper? Se depender do fim da neutralidade da internet nos Estados Unidos, você pode nunca vir a conhecê-las.
Essas e outras startups se reuniram para publicar um manifesto contra o novo posicionamento da Comissão Federal de Comunicações (FCC) norte-americana que está revertendo as conquistas realizadas pelo governo anterior.
No total, são mais de 800 empresas que assinam o documento. Além das pequenas iniciantes que buscam um lugar ao sol em um ambiente neutro na internet que não favoreça esse ou aquele serviço parceiro dos provedores de acesso, estão também nomes já estabelecidos no mercado, como o Github, o Imgur, o Etsy e o Foursquare. Juntos, eles buscam pressionar a FCC para que não sufoque a inovação e permita a criação de monopólios ou o favorecimento econômico de gigantes do setor em detrimento da competitividade.
Confira o principal trecho do manifesto publicado através do Google Docs:
Sem a neutralidade da rede, os incumbentes que oferecem acesso à internet serão capazes de escolher vencedores e perdedores no mercado. Eles poderiam impedir o tráfego para nossos serviços a fim de favorecer seus próprios serviços ou competidores estabelecidos. Ou eles poderiam impor novas tarifas sobre nós, inibindo o poder de escolha do consumidor. Essas ações impedem diretamente a habilidade de um empreendedor de “iniciar um negócio, atingir imediatamente uma base de consumidores mundial e abalar uma indústria inteira”. Nossas empresas deveriam ser capazes de competir com os incumbentes na qualidade de nossos serviços e produtos, não na nossa capacidade de pagar taxas para provedores de acesso de internet”.
A nova proposta de regulação da neutralidade da rede que reforma diversos pontos em vigor desde 2015 será votada e analisada pela FCC em Maio. Ainda há um longo caminho antes da possível extinção neutralidade da rede, em um processo que ainda envolverá um amplo debate com diversos segmentos da sociedade norte-americana e análises. Mas o clima político em Washington e dentro da FCC é de abandonar a postura adotada nos últimos anos da administração Obama e adotar uma nova regulação que favoreça os provedores de acesso.