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Medalhas dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 poderão ser recicladas de lixo eletrônico

Os Jogos Olímpicos Rio 2016 podem ter acabado ontem, mas os organizadores de Tóquio já estão em plena atividade e 2020 pode ver mais uma novidade: medalhas de lixo eletrônico reciclado.

A ideia é que todo ouro, prata e bronze necessário para a produção de medalhas para os atletas seria retirado da vasta quantidade de produtos eletrônicos descartados no país.

O lixo eletrônico, ou e-waste, é um problema mundial, com toneladas de gadgets e componentes jogados fora todos os anos nos países mais industrializados. A ideia dos organizadores dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 não é apenas reaproveitar esse material abundante no Japão, mas também chamar a atenção para a questão que permanece sem resposta. Um levantamento realizado em 2012 apurou que o Brasil era o líder na produção de e-waste na América Latina, com 1.4 milhão de toneladas de material.

De acordo com o jornal  Nikkei Asian Review, o Japão produz ao ano 650 mil toneladas de lixo eletrônico, das quais apenas 100 mil toneladas são coletadas e reaproveitadas para a produção de novos dispositivos. A ONU já classificou o problema como “um dos fluxos de lixo de maior crescimento do mundo”, que, por enquanto, não tem solução. O maior risco é a contaminação do solo e das águas com componentes tóxicos encontrados no e-waste, como chumbo, mercúrio e cádmio.

Ainda segundo a Nikkei Asian Review, do material coletado no Japão, foi possível recuperar em 2014 143 quilos de ouro, 1.566 quilos de prata e 1.112 quilos de cobre. Considerando-se os dados das Olimpíadas de 2012, em Londres, foram gastos na época 9,6 quilos de ouro, 1.210 quilos de prata e 700 quilos de cobre para a produção de medalhas, o que torna a proposta dos organizadores dos próximos Jogos Olímpicos uma iniciativa viável e sustentável.