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Munique abandona Linux e fará migração completa para Windows em 2020

Depois de ganhar manchetes no mundo todo em 2012, ao adotar somente soluções open source em seus sistemas, a administração pública de Munique voltou atrás e anunciou que fará uma migração completa de volta para a plataforma Windows até 2020.

O plano inicial era substituir todos os produtos da Microsoft por alternativas mais econômicas e independentes, como Linux e LibreOffice, mas o projeto esbarrou em obstáculos de usabilidade e cinco anos depois está oficialmente encerrado.

Os representantes do poder legislativo já haviam determinado o fim do experimento em Fevereiro desse ano e agora uma coalizão de partidos na Câmara Municipal votou pela adoção do Windows 10. Segundo Anne Hübner, uma das responsáveis pela votação, “os usuários estavam infelizes e o software essencial para o setor público está principalmente disponível para o Windows”.  Dos cerca de 800 programas utilizados para administrar a cidade, metade deles era incompatível com Linux e muitos outros exigiam adaptações complexas ou mesmo “gambiarras” para funcionar corretamente.

Na prática, trata-se de interromper a adoção das soluções open source no meio do caminho: os servidores de email foram trocados apenas brevemente e voltaram a rodar o Microsoft Exchange e 40% dos 30.000 PCs que pertencem à administração pública continuam utilizando Windows como sistema operacional.

Matthias Kirschner, presidente da Free Software Foundation Europe em Berlim, capital da Alemanha, lamentou a decisão da Prefeitura de Munique. E apontou que nunca houve um estudo publicado que mostrasse a insatisfação dos usuários com as soluções de código aberto e que vários fatores diferentes podem ter contribuído para uma experiência insatisfatória, desde a adoção do cliente LiMux, a própria forma como o processo de migração foi conduzido ao longo dos anos ou a falta de um suporte adequado para o usuário.

Por enquanto, Munique não deve descartar o uso do LibreOffice, possivelmente por questões financeiras. Uma migração de volta para o pacote Office sairia muito caro para os cofres públicos, aponta Kirschner sobre a decisão.