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Netflix luta pelo fim do limite de consumo de dados nos Estados Unidos

Não é só no Brasil que o internauta precisa viver com o fantasma da limitação do consumo de dados: nos Estados Unidos, a preocupação é a mesma.

Agora, a Netflix entrou na luta e enviou uma carta de dez páginas à Federal Communications Commission (FCC), responsável por regulamentar as telecomunicações na administração pública norte-americana.

A empresa de streaming de filmes depende da qualidade e da quantidade de conexão disponível para seus assinantes e tem visto com crescente alarme uma tendência das operadoras locais de também tentarem impor um limite nas franquias de internet fixa. Além disso, a Netflix também também pede uma ampliação nos limites da internet móvel e critica duramente a postura das empresas de acesso.

O documento enviado à FCC chega a declarar que a limitação de consumo em linhas fixas “não parece servir a um propósito legítimo” e que seriam uma ferramenta “ineficiente” para gerenciar congestionamento na rede. A Netflix condena todo e qualquer limite de dados, mas principalmente os limites muito baixos, que afetam pesadamente o uso do aplicativo em dispositivos móveis e assim limitariam as opções do consumidor.

Vale lembrar que a realidade norte-americana é bem diferente da brasileira. A primeira tentativa de uma operadora de internet fixa de limitar o consumo nos Estados Unidos estabeleceu um limite inicial de 300 GB por mês. O limite imposto pela Comcast em fase experimental em algumas regiões no início do ano foi mal-recebido e a operadora ampliou o limite para  1 TB de dados em Abril, uma marca que muitos no Brasil considerariam um sonho de consumo.

A carta da Netflix também é uma reação a uma recomendação recente da FCC que estabeleceu que operadoras de TV a cabo deveriam oferecer a opção de transmitir seu conteúdo via streaming por aplicativo. Essa exigência poderia ampliar significativamente a concorrência para a Netflix e as outras empresas que operam somente por streaming.

Se as operadoras de acesso vinculadas à TV a cabo também passarem a limitar consumo de franquia, mas não incluírem seus próprios streamings dentro desse limite, passariam a ter uma vantagem contra a qual Netflix não teria chances de competir. Por enquanto, já há restrições em vigor contra essa prática, para evitar prejudicar os serviços estritamente online, mas a carta é uma forma de manter a questão em foco e evitar transtornos futuros para a Netflix e seus assinantes.