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Número de afetados por propaganda russa no Facebook nos EUA é dez vezes maior do que se imaginava

Embora o Facebook tenha anunciado inicialmente que cerca de 10 milhões de norte-americanos foram afetados por propaganda russa camuflada na plataforma durante o período eleitoral passado, o número final é praticamente dez vezes maior do que isso.

O site The Verge obteve acesso ao testemunho escrito que a empresa irá apresentar diante da comissão do Congresso dos EUA que investiga a influência exercida pelo governo russo através de redes sociais e os números impressionam.

As conclusões finais do levantamento conduzido pelo Facebook apontam que 97 milhões de usuários norte-americanos teriam sido atingidos pela campanha. Ou seja, mais da metade dos usuários nos EUA ou cerca de 40% da população total do país visualizou ou mesmo interagiu com alguma publicação secretamente fabricada pelo governo russo com o propósito de afetar a opinião pública dos norte-americanos.

De acordo com os dados analisados pela rede social, 80.000 publicações ligadas a operativos russos foram distribuídas diretamente através de anúncios para 29 milhões de usuários norte-americanos, entre Janeiro de 2015 e Agosto de 2017. A partir de compartilhamentos, curtidas e comentários, mais 66 milhões de usuários no país foram alcançados pelas postagens.

Segundo o testemunho assinado por Colin Stretch, Conselheiro Geral do Facebook, “a interferência estrangeira que vimos é repreensível e ultrajante e abriu um novo campo de batalha para nossa empresa, nossa indústria e nossa sociedade. Que atores estrangeiros, escondidos atrás de perfis falsos, abusaram da nossa plataforma e outros serviços de internet para tentar semear divisão e discórdia – e tentar minar nosso processo eleitoral – é um ataque à democracia e isso viola todos os nossos valores”.

Stretch também irá testemunhar nessa terça-feira sobre os planos do Facebook para coibir esse tipo de manipulação no futuro, incluindo mais transparência para o usuário sobre a origem de postagens patrocinadas, a criação de ferramentas mais sofisticadas para detecção de contas falsas e a contratação adicional de mais mil moderadores dedicados a analisar anúncios de cunho político.