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O que é a Xiaomi? Conheça a fabricante que acaba de tirar Hugo Barra do Google

Nessa quinta-feira (29), o Google perdeu um dos principais executivos do Android para uma, relativamente desconhecida, fabricante de celulares chinesa. Embora as circunstâncias que cercam a saída de Hugo Barra ainda sejam desconhecidas, não há dúvidas sobre para onde ele vai agora: o executivo está indo para a Xiaomi, onde será vice-presidente das operações globais da empresa. Mas afinal, o que é a Xiaomi?

Mesmo apelidada na China de “Apple do Oriente”, fora do país, a Xiaomi é completamente desconhecida. A empresa tem três anos, conta com 2.400 funcionários, faturamento anual de cerca de US$ 2 bilhões e só vende suas mercadorias na China , Hong Kong e Taiwan. Esse diferencial de mercado limitado explica o motivo da Xiaomi não aparecer nos radares de outros países.

O que separa a Xiaomi de outros fabricantes de smartphones é sua estratégia de venda de dispositivos high-end por baixo custo, com praticamente nenhuma margem de lucro, indo na direção contrária de muitas outras empresas chinesas: para comparação, o Phone 2S, mais recente carro-chefe da Xiaomi, tem especificações dignas de comparação com o Galaxy S4 e o HTC One. A diferença? É vendido por meros ¥ 2.299 (US$ 370), quase metade do que o S4 custa.

Smartphones da Xiaomi são sucesso de vendas na China
Smartphones da Xiaomi são sucesso de vendas na China

Em vez de se concentrar nos lucros de hardware, a empresa disse estar mais preocupada com a oferta de serviços e softwares disponíveis para os clientes, como é o caso de sua versão extremamente personalizada do Android, instalada em todos os seus dispositivos.

Apelidado de MIUI, o sistema operacional mais parece o iOS do que o Android para a maioria das pessoas: ele substitui elementos tradicionais do SO do Google por aplicativos, menus e ícones inspirados no iOS. O MIUI também foca em armazenamento na nuvem, segurança de dispositivos e recursos de backup.

Mas onde o mineiro Hugo Barra se encaixa nessa história? Bin Lin, co-fundador da empresa, espera que o executivo ajude a divulgar a Xiaomi fora da China, fazendo-a se tornar mais conhecida em novos mercados. “[Barra] tem um profundo conhecimento de produtos em si, quais características funcionam globalmente”, disse Lin.

Muitas outras empresas chinesas têm tentado sair do continente na última década, mas a Huawei foi a primeira a realmente conseguir um certo sucesso e mesmo assim ainda não é vista como uma opção de primeira linha na Europa e EUA. E, embora ainda seja muito cedo para dizer se a Xiaomi será ou não uma nova Huawei, é certo que Barra e Lin terão de trabalhar muito para isso acontecer.