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Perto de se aposentar, mouse faz 40 anos

Protótipo de madeira foi o primeiro mouse, em 1968
O mouse se tornou uma ferramenta tão comum que é estranho pensar que ele tenha sido um dos elementos fundamentais para que a revolução da computação pessoal engrenasse. Antes que ele fosse lançado no mercado, a única maneira de mover o cursor na tela do computador era com as setas do teclado. O mouse simplificou a operação de sistemas e, acima de tudo, mudou a maneira como os computadores funcionam.

Na próxima terça-feira, 9 de dezembro, completam-se 40 anos da primeira aparição pública do mouse. Ele foi apresentado por seu inventor, Douglas Engelbart, para um público de aproximadamente mil profissionais de computação em uma conferência em San Francisco.

Inventor sem royalties
Douglas Engelbart liderava uma equipe de 17 jovens pesquisadores no Instituto de Pesquisa de Stanford. Foi lá que desenvolveu o projeto do mouse, durante a década de 60.

O inventor entrou com um pedido de patente do “X-Y position indicator for a display system” em 1967, que foi concedida em 1970. No entanto, ele nunca recebeu royalties por sua criação, já que a patente expirou em 1987 (antes que o mouse se tornasse um elemento indispensável na computação pessoal) e também porque novos mecanismos desenvolvidos não se aplicavam ao que havia sido registrado.

Hoje, aos 83 anos, Engelbart dirige o Instituto Bootstrap, que promove o conceito de inteligência coletiva, e é considerado uma das figuras mais importantes do mundo da computação.

O rabo do rato
O protótipo apresentado era um bloco de madeira com rodinhas e um fio em uma das extremidades. Esse “rabinho” deu origem ao apelido de mouse (rato, em inglês), que acabou sendo adotado mais tarde como nome oficial – bem mais simpático do que o nome registrado na patente, “X-Y position indicator for a display system”.

Desenvolvido pela Xerox nos anos 70, o mouse só chegou ao mercado em 1981. Mas foi em 1984 que ele conquistou seu espaço, acompanhando o Macintosh da Apple. A emergência do sistema operacional Windows e dos navegadores da web consolidaram o uso do mouse na década de 90.

Hora de fazer as malas?
O aniversário de 40 anos, no entanto, é comemorado em clima de dúvida e receio. Especialistas acreditam que ele seja aposentado em um futuro muito próximo, soterrado por tecnologias como as telas de toque, o reconhecimento facial e o controle por gestos.

Empresas como a HP já estão lançando PCs que substituem o mouse por telas sensíveis ao toque. O touchpad dos laptops é uma tecnologia que cresce junto com as vendas dos computadores portáteis.

“Duvido que usemos mouses daqui a 40 anos”, o analista Steve Prentice disse ao jornal The Observer. Ele afirmou também que, dentro de 3 a 5 anos, o mouse já não terá muito espaço no mercado. “Daqui a cinco anos, os monitores serão embutidos nas paredes de nossa casa, e assim fica difícil usar um mouse (…) O computador vai deixar de ser um computador e se tornar parte da construção.”

Billie, o bilionésimo
No último dia 3, o bilionésimo mouse produzido pela companhia suíça Logitech deixou a fábrica. A empresa, que lançou seu primeiro modelo em 1985, está celebrando o bilhão junto com o 40º aniversário da primeira apresentação pública do mouse.

O bilionésimo mouse, apelidado de Billie, é tema de um concurso mundial no blog da Logitech: https://blog.logitech.com.

Com informações de Terra.