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Por que a Nokia está voltando ao ramo de smartphones?

O mundo dá voltas e a finlandesa Nokia anunciou essa semana que irá retornar a fabricar smartphones. Mas a empresa não tinha vendido essa divisão para a Microsoft? Por que está dando um passo para trás?

Para entender seus motivos, precisamos voltar no tempo e levar em consideração o que significou a venda para a Microsoft em 2014.

Na época, a divisão de dispositivos e serviços da Nokia não estava mais com o gás que apresentara no passado. De líder de mercado, a empresa lutava para se manter competitividade em um mercado atropelado pela ascensão do iPhone e pela fragmentação do ambiente Android. Enquanto isso, a Microsoft precisava de um ponto de partida para seu projeto de Windows Phone. A venda era a escolha perfeita para as duas empresas.

De lá para cá, a Nokia prosperou (embora o mesmo não possa ser dito do Windows Phone). A gigante finlandesa passou a se focar em equipamentos de telecomunicação, assimilou a francesa Alcatel, passou a atuar na área de rede e objetos conectados, comprou outra empresa francesa, especializada em wearables e já está desenvolvendo sua própria solução de Realidade Virtual, voltada para o mercado profissional.

Com um portfólio tão diversificado, então por que a Nokia vai enveredar novamente na produção de smartphones? Por que há espaço no mercado. Há muito espaço para smartphones de baixo custo e nenhum grande player investindo no segmento. Ainda que Apple e Samsung tenham a liderança global do mercado, tanto o iPhone quanto o Galaxy estão bem próximos de atingir seu teto de venda ou já atingiram, enquanto o mercado de baixo custo está acelerado.

No momento, existem dezenas de fabricantes locais disputando a tapa a produção de dispositivos de US$50 para uma legião de usuários que está comprando agora seu primeiro smartphone, mas não estão dispostos a comprar um iPhone ou um Galaxy ou um LG. É a chance de um grande fabricante global oferecer uma solução unificada, igualmente barata e de qualidade e a Nokia se enxergou nesse papel.