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Profissionais de TI bem qualificados sentem pouco a crise

Profissionais qualificados terão vagas em 2009
Os profissionais de TI estão temerosos com a crise financeira. Anúncios de demissões em massa estão todos os dias nos noticiários.

De acordo com especialistas em carreira no Brasil, este cenário não vai necessariamente se refletir no País, pelo menos no primeiro semestre de 2009.

Por enquanto, não existe expectativa para cortes em massa no Brasil. Pelo contrário, as empresas estão contratando, já que o mercado sofre com um déficit de profissionais especializados e bem qualificados. Por conseqüência, também não há risco imediato de queda nos salários.

Mas o que um profissional pode fazer para garantir seu espaço? Os especialistas em carreira apontam a formação acadêmica como fundamental.

“Os profissionais razoavelmente qualificados não correm o risco de ficar fora do mercado. A crise pode desacelerar a criação de novas vagas, mas mercado não vai faltar”, afirma Eduardo Sakemi, Superintendente de Tecnologia da Educação e da Informação do CIEE.

Shuji Shimada, diretor da People Consulting, acredita que o momento continua bom para a TI, pois a TI é fundamental para organizar processos. “Embora o orçamento mundial de TI possa cair um pouco, o gasto com recursos humanos não deve ser afetado no Brasil. Pelo contrário, as vagas vão continuar surgindo”, diz.

Algumas áreas específicas apresentam oportunidades melhores. Rodolfo Ohl, diretor da Monsterbrasil.com, vê boas perspectivas em áreas relacionadas com bancos de dados e telecomunicações. “Combina com a tendência de crescimento dos data centers e da utilização de Voz sobre IP”, diz.

Já Robert Andrade, especialista em recrutamento da Robert Half, ressalta as opções profissionais em sistemas integrados, como o ERP, para aqueles que se especializarem na área.

Por onde começar em TI
Quem busca ingressar no mercado de TI costuma ficar perdido. São muitos cursos, com dezenas de denominações, diversas certificações, várias siglas e caminhos. Como começar?

“Quem quer ser profissional de TI precisa ter uma coisa em mente: é preciso saber do geral, mas ter uma especialização. Por exemplo, combinar bons conhecimentos em TI com excelência em administração de redes”, afirma Shimada. Para chegar à decisão sobre sua área ideal, defende, o profissional deve avaliar o que gosta de fazer e com o que se identifica mais.

Depois disso, vem outra questão. Qual graduação escolher? Rodolfo Ohl recomenda uma boa investigação sobre as opções. “Vale conversar com os coordenadores, com professores, com quem já está se formando, enfim, estudar a fundo o curso”, aconselha.

É comum que cursos com o mesmo nome em universidades diferentes tenham currículos distintos. Por isso é fundamental investigar cada faculdade separadamente.

O profissional já graduado, mais experiente, deve manter-se focado em buscar reciclagens frequentemente. “Eu diria que logo após terminar a graduação, essa busca deve ser iniciada. O mercado muda muito rapidamente”. Parar de estudar por um ou dois anos pode fazer com que o profissional perca um tempo precioso, difícil de ser recuperado.

Obrigatoriedade do inglês
O mercado de tecnologia fica difícil para quem não domina o idioma oficial do universo de TI. “Outros idiomas acrescentam, mas não importam tanto. Inglês é fundamental. São poucos os profissionais que o dominam realmente, então ele acaba sendo um bom diferencial”, afirma Robert Andrade. Para o vice-presidente de serviços da Unisys, o Brasil perde competitividade por que os profissionais de TI não falam inglês.

Depois, vêm as certificações de fornecedores de TI. Muitas vezes elas não são essenciais para conquistar uma vaga, mas aumentam oportunidades, pressionam salários para cima e garantem empregabilidade.

Segundo Andrade, as certificações ajudam a dar um foco ainda melhor à carreira. “Para os mais técnicos, aquelas que envolvem Java estão entre as mais quentes, mas as da Microsoft, da SAP e da Oracle devem ter uma demanda crescente”.

Relacionamento
No futuro, quando estiverem em cargos mais altos, os profissionais provavelmente vão qualificar-se com MBAs, certificações focadas em gerência etc. No entanto, todos os profissionais de TI devem tomar cuidado com o relacionamento pessoal.

Segundo Eduardo Sakemi, do CIEE, essa é uma preocupação que deve começar cedo na carreira. “Uma forma de desenvolver esse lado é participar ativamente dentro de trabalhos coletivos dentro da universidade: empresas júnior, diretório acadêmico, serviços à comunidade, todos são oportunidades para ganhar atitude e desenvolver a comunicação verbal”, afirma.

Com essas ações, além de aprender a se comunicar melhor, o estudante pode desenvolver características de liderança, essencial para crescer em TI.

Com informações de COMPUTERWORLD.