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Reviravolta: FBI cancela julgamento contra Apple para testar outra forma de desbloquear iPhone

No início da noite de segunda-feira, a Apple foi contemplada com uma grande reviravolta em seu impasse com o FBI: a agência americana solicitou um adiamento do julgamento contra a empresa.

Depois de terem participado de uma audiência diante de uma comissão legislativa americana, a Apple e o FBI deveriam se reencontrar cara a cara nos tribunais nessa terça-feira, mas o FBI recuou.

O mais surpreendente é que o FBI agora alega que pode haver outros métodos de se obter acesso ao conteúdo do iPhone do caso San Bernardino. No pedido de adiamento emitido pelo órgão, é citada a ajuda de terceiros não-especificados, de fora do país.

“Enquanto o FBI continua a conduzir sua própria pesquisa, e como resultado de uma atenção e publicidade mundiais sobre esse caso, outros fora do governo norte-americano tem continuado a contactar o governo dos Estados Unidos oferecendo vias de pesquisa possíveis”, argumenta o FBI. Até o momento, a principal justificativa das autoridades envolvidas na investigação para exigir o auxílio da Apple para quebrar a proteção do iPhone era justamente a inabilidade de se conseguir por outros caminhos.

Agora, aparentemente, o FBI sustenta que pode haver uma alternativa à colaboração da Apple: “se o método for viável, isso eliminaria a necessidade de assistência da Apple”. O pedido de adiamento foi aceito pelo juiz responsável pelo processo e agora o FBI tem até o dia 5 de Abril para apresentar um relatório sobre os resultados obtidos, para ser decidido se a briga contra a Apple nesse caso deverá continuar ou ser arquivada.

John McAfee, fundador da empresa de antivírus que guarda o seu nome e personalidade polêmica do mundo da segurança, havia se oferecido anteriormente para quebrar a proteção de acesso ao conteúdo bloqueado no iPhone pivô do impasse. Mas, recentemente, o próprio McAfee veio a público confirmar que estava blefando e desejava apenas chamar atenção para a questão da criptografia e da defesa da privacidade.

Analistas de segurança e do direito da privacidade acreditam que a luta não está relacionada ao atentado terrorista de San Bernardino, mas a uma disputa de poder entre as agências de inteligência e investigação governamentais e a popularização da criptografia. Com essa reviravolta no caso e a enigmática identidade do novo colaborador da Apple, resta saber se o FBI não teria descoberto então uma ameaça ainda maior à segurança dos dados, a tal “chave-mestra” tão temida por Tim Cook, CEO da Apple.