Se os taxistas da cidade de São Paulo já subiam pelas paredes com a concorrência supostamente desleal do Uber, a partir desta semana eles contam com uma nova preocupação: o Cabify.
O serviço de motorista privado por aplicativo que é rival do Uber veio da Espanha para estrear em território brasileiro com um sistema de cobrança baseado em quilômetros rodados.
Daniel Velazco Bedoya é o chefe de operações do Cabify no Brasil e contou em entrevista para o jornal O Estado de São Paulo sobre o serviço: “o Cabify começou, em 2011, focado para intermediar carros de luxo com um público diferenciado. Com o tempo porém, começamos a achar novos mercados e começamos a adaptar nossa demanda (…) “esperamos que usuários e possíveis parceiros da plataforma nos vejam de maneira positiva no mercado brasileiro. O Cabify quer ajudar a alterar a lógica da mobilidade no País”.
Ainda que possua diferentes modalidades de serviço no exterior, o aplicativo passou a atender a capital paulista desde segunda-feira apenas com o sistema Cabify Light, sua categoria mais econômica. Apesar disso, há requisitos mínimos para um veículo ser considerado apto a operar dentro do sistema, como ar-condicionado obrigatório e pertencer a um modelo lançado a partir de 2011.
Ao contrário do Uber, os preços das corridas no Cabify não flutuam de acordo com a demanda. E, uma vez combinado o trajeto com o motorista, o valor a ser pago pela viagem também não varia em virtude de engarrafamentos ou outros imprevistos. Apenas os quilômetros percorridos são computados na fatura. “O usuário irá entrar no serviço já sabendo qual será o valor a ser pago”, reforçou Bedoya, “não haverá surpresas nem uma variação no valor. A não ser que o usuário peça para alterar o trajeto.”
O principal obstáculo para a entrada do Cabify em São Paulo pode ser o mesmo enfrentado pelo Uber todas as semanas: a oposição dos taxistas. Sobre eventuais embates, Bedoya não se mostrou intimidado: “Nós sabemos que alguns conflitos poderão acontecer. É um mercado de táxis muito fechado, muito restrito. Quando alguém mexe nele, podem surgir atritos. Mas não queremos nos afastar dos taxistas. Nós fazemos o que eles fazem”.
A estratégia do aplicativo de motoristas privadas não é de parar por aí. A cidade de São Paulo servirá como um balão de ensaio para a expansão do Cabify. Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Goiânia e Rio de Janeiro já estão nos planos da empresa espanhola.
