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Software falha porque é mais arte que ciência

Chefe de pesquisa e estratégia da Microsoft diz que desenvolvimento de software não amadureceu como processo de engenharia.

Já se perguntou por que os softwares da Microsoft precisam continuamente ser corrigidos e atualizados? O executivo-chefe de pesquisa e estratégia da Microsoft, Craig Mundie, acredita que é porque o desenvolvimento de software é mais uma arte que uma ciência.

Mundie falou sobre o assunto em uma das primeiras viagens internacionais desde que assumiu a responsabilidade sobre as estratégias de tecnologia e políticas da empresa de Bill Gates, em uma conferência de imprensa em Bruxelas.

Esperem tantas transformações tecnológicas fundamentais nos próximos 10 anos quanto as que vimos nos últimos 20 anos, disse ele. De acordo com o executivo, estamos entrando em um ambiente multidispositivos no qual os telefones móveis ficam cada vez mais inteligentes e as pessoas demandam tanto integração quanto separação dos seus aparelhos de computação.

Os serviços web vão se tornar vitais nesta nova era e a Microsoft “terá que dominar o uso da internet e os componentes das rede para serviços de software”, disse Mundie.

Mas a Microsoft não estaria se precipitando neste novo mundo quando seu principal produto, o sistema operacional Windows, não consegue nem funcionar bem sem ser corrigido e atualizado constantemente”, o executivo foi questionado.

“O problema é que o desenvolvimento de software é um importante esforço, mas não amadureceu como processo de engenharia, ainda é uma forma de arte”, Mundie respondeu.

“Na escala que crescem os softwares, cresce também a sua complexidade. O software tem que encontrar, nos próximos cinco a 10 anos, uma solução simultânea para a complexidade e para os problemas atuais”, ele acrescentou.

*Paul Meller é editor do IDG News Servide, em Bruxelas.

E como a Microsoft se sente tendo que seguir a liderança do Google no novo ambiente em que os serviços web têm um papel tão central no mapeamento da futura direção do desenvolvimento tecnológico?

O executivo alega que as afirmações de que a Microsoft perdeu a posição de liderança são exageradas, assim como eram em 1994 e 1995, quando o Netscape era visto como o próximo fenômeno da web.

A Microsoft planeja fazer com o Google o que fez com o Netscape (o navegador ficou obscurecido quando a Microsoft incorporou seu próprio browser, o Internet Explorer, ao Windows, iniciando uma batalha judicial antitruste com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos)?

“Espero que sim”, respondeu Mundie.

Antitruste é um tipo de política que não está sobre sua responsabilidade e ele se recusou a comentar a atual batalha legal travada com a Comissão Européia. Ele não resistiu, contudo, à oportunidade de menosprezar o trabalho dos executivos de antitruste da Europa.

“Não há nenhum país, incluindo a União Européia e qualquer outra parte da Comissão Européia (além do departamento de competição) que não veja a Microsoft como um importante elemento no mundo econômico”, disse ele.

Ele acrescentou também que os problemas atuais da companhia na Europa não comprometeram os seus esforços para influenciar políticas. “Nunca senti que as pessoas tenham afastado o nosso envolvimento por causa desta disputa”, concluiu Mundie.

Com informações de IDG NOW.