Mais uma vez, taxistas da cidade do Rio de Janeiro foram para as ruas interromper o trânsito e protestar contra a concorrência do Uber no transporte de passageiros.
Mensagens de áudio vazadas do WhatsApp e publicadas no jornal O Globo revelam que grupos dentro do movimento dos taxistas estão dispostos a apelar para a violência para deter a ascensão do rival.
“O negócio é tumultuar. Se não der jeito, começa a quebrar os carros da Uber. Vamos quebrando. Vai virar guerra e f***-se. Vai morrer taxista e vai morrer eles também (sic). Todo mundo tem família. Não adianta ficar com medo, não. De uma maneira ou de outra. Se não der certo no amor, vai na guerra. Vai morrer taxista? Vai! Vai morrer Uber também. F***-se. O negócio é começar a quebrar carro deles também”, afirma um taxista não identificado na transcrição de uma das mensagens enviada ontem pelo WhatsApp.
A manifestação dos taxistas paralisou o trânsito em várias partes da cidade, inclusive nos acessos aos aeroportos Santos Dumont e Internacional Tom Jobim. Clientes de empresas aéreas perderam voos marcados por causa do congestionamento. Passageiros eram orientados pelos manifestantes para seguirem a pé ou procurarem outras alternativas de transporte.
No dia anterior, os taxistas organizavam a estratégia pelo WhatsApp: “tem que ser um movimento grande, tem que fechar o Galeão de manhã cedo, fechar a saída da Ilha e entrada da Ilha para quebrar o Galeão, entendeu? Chegar ao Santos Dumont e fechar a entrada para os carros da Uber não entrar ali para pegar passageiros. Ninguém vai entrar, ninguém vai sair. Rodoviária, a mesma m****. Deixar aquela p**** lá sem carro”.
Com o protesto, o Uber se tornou um dos assuntos mais comentados na rede social nessa sexta-feira. A empresa aproveitou a atenção involuntária gerada pelos protestos dos taxistas para oferecer desconto nas corridas entre pontos específicos e seguros. Com o título “O Rio não para”, a campanha quer passar uma imagem positiva do serviço de motoristas privados por aplicativo.
