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Telegram pode ter ligações com o governo russo

Não é de hoje que são levantadas suspeitas sobre as ligações entre o Telegram e seu país natal, a Rússia, mas um ex-desenvolvedor acaba de jogar mais lenha na fogueira com a revelação de um escritório secreto no país.

De acordo com Anton Rozenberg, que afirma ter trabalhado no aplicativo de mensagens, a empresa tem uma equipe secreta operando em São Petersburgo, no mesmo prédio onde funciona o VK, a maior rede social da Rússia, controlada por empresários do círculo interno do presidente Vladimir Putin.

Pavel Durov, fundador do Telegram, ao lado do seu irmão, Nikolai, sempre se proclamou como um defensor da privacidade e da liberdade dos usuários, sem vínculos com governos ou outras organizações e já declarou: “eu saí da Rússia e perdi um negócio de US$3 bilhões lá porque defendi a privacidade dos usuários deles”. Inicialmente, Durov, havia fundado o VK, mas perdeu o controle da rede social após uma disputa com partidários governistas. O executivo buscou então o exílio em Nova York, onde criou o aplicativo de mensagens.

Mas as declarações de Rozenberg colocam essa história em xeque: na verdade, os irmãos Durov e o Telegram ainda teriam uma forte conexão com Moscou e a natureza secreta dessa relação colocaria em dúvida a integridade do serviço. O desenvolvedor parece saber do que está falando: ele teria trabalhado como administrador de sistemas e CTO do Telegram entre 2007 e 2014, quando assumiu a posição de Diretor de Projetos Especiais.

Rozenberg também foi amigo de infância de Nikolai Durov, ambos fascinados por Matemática. Essa amizade de décadas teria sido quebrada agora após uma discussão por conta da esposa de Rozenberg, por quem Durov estaria apaixonado. A confusão teria levado à demissão do desenvolvedor, após dez anos de serviços prestados.

Nikolai Durov argumenta que Rozenberg nunca trabalhou diretamente na Telegram, mas na corporação Telegraph, agora praticamente extinta. Mas admitiu que, durante algum tempo, terceirizou atividades para São Petersburgo de controle de spam. E rebateu as acusações afirmando que o ex-funcionário está mentalmente perturbado, “faz declarações fáceis de refutar” e estaria buscando chamar atenção.